Preconceito ideológico de Bolsonaro acabou com o Bolsa Família, denuncia Bohn Gass

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Depois de 18 anos de existência, o programa Bolsa Família deixou de existir e teve seu último pagamento feito no domingo (31). O presidente Jair Bolsonaro e seu governo neoliberal e antipovo acabou com o maior programa de distribuição de renda do mundo deixando mais de 30 mil famílias brasileiras no desespero. Para piorar, em meio a continuidade da pandemia e da falta de empregos, o auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional, também chegou ao fim.

“O preconceito ideológico doentio de Bolsonaro acabou com o Bolsa Família, melhor programa de renda básica do mundo”, denunciou o líder da Bancada do PT na Câmara, Bohn Gass (RS). Ele destaca que Bolsonaro quer colocar em votação a PEC dos Precatórios (PEC23/21) como solução para o financiamento do programa Auxílio Brasil. “Agora, a pretexto de fazer um auxílio capenga, quer que o Congresso lhe ponha nas mãos sujas, R$ 91 bilhões. PEC dos Precatórios é um supercalote. Voto “não”, deixou claro o parlamentar. A proposta pode ser apreciada, em plenário, nesta quarta-feira (3)

Para o depurado Carlos Zarattini (PT-SP) Bolsonaro “debocha da cara do povo”. “O Brasil está vivendo uma das piores crises da história. Desemprego, inflação em alta, fome, pandemia. E o governo deixa milhões de famílias brasileiras aflitas sem saber se continuarão recebendo o auxílio. Bolsonaro debocha da cara do povo” protestou.

A deputada Natália Bonavides (PT-RN) questiona o que será das famílias que necessitam do auxílio diante das crises social, sanitária e economia que o País vem passando. “O governo Bolsonaro faz o mês de novembro começar com muita aflição e dúvidas para milhões de famílias. O que vai acontecer com quem ficar sem o auxílio diante da constante piora nas condições de vida, com aumento dos preços e do desemprego?”.

Fome

O Brasil, a cada dia, tem agravado o cenário de extrema pobreza, conforme aponta estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Pessan), divulgado em abril. Quase 20 milhões de brasileiros afirmam que passam períodos de 24 horas sem ter o que comer. Cerca de metade da população – 116,8 milhões de pessoas – sofre atualmente de algum tipo de insegurança alimentar.

De acordo com o “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, a situação vem piorando de forma acelerada sob o governo Bolsonaro. “Em apenas dois anos, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões. Nesse período, quase 9 milhões de brasileiros e brasileiras passaram a ter a experiência da fome em seu dia a dia”, aponta o relatório.

Ao divulgar um vídeo em que um homem grita para que alguém possa comprar arroz e leite porque está passando fome, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) lamenta o desespero do rapaz e o fim do Bolsa Família. “Infelizmente, essas cenas de desespero estão cada vez mais comum. Milhões padecem de fome no Brasil. Inclusive nas proximidades do Palácio do Planalto, cujo atual ocupante resolveu acabar com o Bolsa Família, mesmo o programa sendo reconhecido e premiado internacionalmente”.

 Polarização

“A polarização é essa: Lula criou o Bolsa Família, gerou empregos e tirou o Brasil do mapa da fome. Bolsonaro não gerou empregos, acabou com o Bolsa Família e abandonou milhões de brasileiros que estão passando fome”, escreveu o deputado Helder Salomão (PT-ES) em seu Twitter.

Na mesma linha, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) destacou que, “de um lado, um presidente que luta por um País melhor, que acabou com a fome e investiu na educação, nos jovens, nas mulheres, no povo. De outro, um presidente genocida, que acabou com os avanços sociais e que vem destruindo o país”. Ela ainda se posicionou contra a PEC dos precatário.

Auxílio Brasil e a PEC dos precatórios

Como alternativa, Bolsonaro tem prometido um novo benefício, o Auxílio Brasil no valor de R$ 400, mas a falta de informações deixa mais de 5 milhões de famílias no escuro sem saber se vão conseguir receber. Esse número representa as famílias que recebiam o auxílio emergencial em 2021 e as que estavam inscritas no Cadastro Único, sem contar os beneficiários do Bolsa Família.

A proposta de emenda à Constituição (PEC 23/21) conhecida como a PEC dos Precatórios deve ser votada nesta quarta-feira (3), no plenário da Câmara. Jair Bolsonaro tem apostado na aprovação da PEC como solução para encaixar as despesas do Executivo e o financiamento do programa Auxílio Brasil.

A “PEC do Calote” como vem sendo chamada, propõe o parcelamento dos precatórios — dívidas da União com pessoas, empresas, estados e municípios que somam R$ 89 bilhões – além de mudanças no cálculo do teto de gastos.

“Mais um dia de luta contra a PEC 23 que dá calote na aposentadoria e na educação para garantir uma bolsa eleição para Bolsonaro. O Auxílio Brasil acaba com o Bolsa Família e garante um auxílio de R$ 400 apenas em ano eleitoral”, apontou a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT).

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) reforça que terá luta para barrar a votação da PEC. “3 anos de Bolsonaro (sem falar em pandemia):  Minha Casa, Minha Vida – destruído; Fies – destruído; Farmácia Popular – destruído; Mais Médicos – destruído; Bolsa Família – destruído. Hoje o governo tenta votar a PEC 23, que acaba de vez com o Bolsa Família. Vamos lutar para barrar”, assegurou.

Lorena Vale, com agências

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