Polícia Militar de Rollemberg reprime manifestação pacífica contra a PEC que congela gastos públicos

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Se ainda existia alguma dúvida de que o Brasil vive em um estado de exceção, nesta terça-feira (29) a Polícia Militar do Distrito Federal, comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), desfez de uma vez por todas qualquer incerteza.

Bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral, tiros de bala de borracha e spray de pimenta foram usados à exaustão pela polícia para impedir uma manifestação no gramado em frente ao Congresso Nacional. O ato protestava contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55, antiga PEC 241) que congela os gastos públicos por vinte anos. Participaram da manifestação mais de 50 mil pessoas, entre estudantes, sindicalistas, trabalhadores rurais, servidores públicos e representantes de comunidades indígenas.

Segundo relatoS de vários manifestantes, o ataque truculento da polícia começou após alguns estudantes – a maioria menores de idade – entrarem no espelho d’água em frente ao Congresso. Incomodados com a água espirrando com a movimentação dos estudantes, policiais começaram a lançar spray de pimenta e atirar bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio, de forma indiscriminada, até sobre a multidão que ocupava a parte central do gramado em frente ao Congresso e estava longe do espelho d’água. Após a saraivada de bombas, os manifestantes foram perseguidos pela polícia até a catedral de Brasília, a quase dois quilômetros do Congresso.

Parlamentares da bancada do PT tentaram em vão convencer a tropa de choque e a cavalaria da Polícia Militar a suspender o ataque. Da comitiva parlamentar participaram os deputados Padre João (PT-MG), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Chico D’Ângelo (PT-RJ), presidente da Comissão de Cultura, Henrique Fontana (PT-RS), Givaldo Vieira (PT-ES), João Daniel (PT-SE), Leonardo Monteiro (PT-MG), Margarida Salomão (PT-MG), Maria do Rosário (PT-RS), Marco Maia (PT-RS), Paulo Pimenta (PT-RS) e Pepe Vargas (PT-RS). Apesar dos apelos, o segundo tenente Harley disse que não iria parar de avançar porque essa era a ordem do comando da operação.

“Todas as pessoas estavam em frente ao Congresso, manifestando de forma pacífica, quando começou o ataque da polícia para afasta-los do Congresso. Usaram gás de pimenta, bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, transformando a Esplanada em uma praça de guerra. Tudo isso é inacreditável, não posso acreditar que ainda vivemos em uma democracia, estamos em um estado de exceção”, acusou Padre João.

Em outra frente, os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Benedita da Silva (PT-RJ) pediam pelo microfone do carro de som da manifestação que os ataques da polícia fossem interrompidos, mas também não foram atendidos. “Não podemos deixar ninguém tolher os direitos do povo brasileiro”, afirmou Zarattini.

Feridos – Vários manifestantes passaram mal nos gramados da Esplanada por causa das bombas de gás, do spray de pimenta ou de estilhaços das bombas lançadas pela polícia. Uma estudante, identificada por amigos como Raíssa Silva, sofreu convulsões enquanto aguardava a chegada de atendimento médico.

Confira em alguns instantes os vídeos que mostram a violência policial.

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Héber Carvalho

 

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