“O ministro Ricardo Vélez Rodrigues caiu, mas a educação continua sem perspectivas”. Essa afirmação do deputado José Guimarães (PT-CE) resume bem a avaliação de parlamentares da Bancada do PT, que usaram as redes sociais para comentar a troca do comando do Ministério da Educação. Sai Vélez e entra Abraham Weintraub. “A demissão do ministro da educação veio tarde, mostra o total despreparo deste governo. O novo cotado para assumir a pasta, Weintraub, defende as teorias do Olavo de Carvalho para destruir a esquerda. Não existe projeto!”, protestou Guimarães.
Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), Bolsonaro escancarou de vez! “Quer mesmo privatizar a educação pública no Brasil escolhendo o economista Abraham Weintraub, representante do mercado, para o Ministério da Educação”. Ele ainda citou o perfil do novo escolhido: “É economista, possui experiência em carreira bancária e mercado financeiro. Foi sócio de um banco de investimentos, diretor do Banco Votorantim e conselheiro financeiro. Assim como eu, você deve estar se perguntando se ele entende de educação”, criticou em sua rede social.
Na avaliação do deputado Rogério Correia (PT-MG), o governo Bolsonaro surpreende até os mais pessimistas. “Com experiência no mercado financeiro, o novo ministro da Educação une o ultraliberalismo privatista de Paulo Guedes com o fanático obscurantismo do astrólogo Olavo de Carvalho”, afirmou. O deputado disse ainda que até torce para dar certo, mas que não há torcida capaz de superar a realidade. “Infelizmente, mais uma vez, o regime extremista mostrou que não quer presidir um país, mas participar de uma guerra ideológica. E o MEC continuará a bagunça do curto tempo de Vélez”.
O deputado Bohn Gass (PT-RS), em sua rede social, reforçou que a demissão de Vélez era dada como certa. “Mas o ministério, um dos mais importantes e com mais dinheiro, passa a ser a joia da coroa no balcão de negócios aberto para aprovação do pacote anti-Previdência de Bolsonaro. Estaremos de olho”, avisou.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também manifestou preocupação com o perfil do novo ocupante da pasta. “Um privatista no MEC. É a raposa tomando conta do galinheiro!”, criticou.
Na avaliação da deputada Margarida Salomão (PT-MG), a política de Bolsonaro segue sua obscura “lógica”: “Requisito para ser ministro da Educação do governo Bolsonaro é não entender nada de educação”, afirmou em sua rede social. E o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) completou: “Sucateamento da educação agora sob nova direção”.
“Até que enfim caiu o Vélez!”, comemorou o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) em sua conta no Twitter. “Vamos ver se agora Bolsonaro consegue ir além e estimular um plano de verdade para a educação porque, até agora, falou muito e não fez absolutamente nada”, acrescentou o deputado, destacando sua preocupação com o setor: “Antes era a um “lunático”, agora a educação está entregue aos bancos”.
Demissão não era fake news
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ironizou na sua conta no Twitter: “Então não era fake news a demissão do Ricardo Vélez e o mentiroso compulsivo Jair Bolsonaro estava mentindo mais uma vez?”. E provocou: “A turma que está usando essa tag #EuAprovoBolsonaro passa a vergonha no crédito ou no débito?”.
Paulo Pimenta se refere ao desmentido de Bolsonaro ao furo jornalístico de uma colunista que anunciou que Vélez seria demitido, logo após a participação desastrosa do ministro na audiência pública na Comissão de Educação da Câmara, no dia 27 de março. Em sua rede social Bolsonaro disse que era vítima de fake news para desgastar o governo. Nesta segunda-feira (8) o presidente, que governa por redes sociais, demitiu Vélez e anunciou o substituto por Twitter.
Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA), Bolsonaro não quis dar o braço a torcer para a jornalista e demitiu Vélez com 2 semanas de atraso. “Nem deveria ter nomeado! A Educação precisa de pessoas que democratizem o acesso, ampliem as universidades, e não de um MEC promotor de notas bizarras”, afirmou em sua conta no Twitter.
Sobre o substituto de Vélez, o deputado do PT baiano disse que Weintraub não tem o menor trato com a pauta da educação. “Já no mercado financeiro possui os dois pés fincados, o que é perigoso diante das tentativas de privatização das universidades. Bolsonaro apenas realizou um puxadinho da Casa Civil no MEC”, alertou.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também usou de ironia sobre a demissão: “O ministro da Educação foi demitido? Será que agora é verdade ou isso é mais do mesmo desse desgoverno?”. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) completou: “Ué, mas Bolsonaro não disse que era fakenews? Não vai desmentir?”.
E o deputado Afonso Florence (PT-BA) reforçou: “Esta estava prevista. A pergunta é: quem é o próximo?”, ironizou.
Gestão desastrosa e sem planejamento
Para o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), só em um “governo insano” como este, alguém deste perfil – se referindo a Vélez – é nomeado para ministro da educação. “Só em um governo débil um ministro desse permanece por 3 meses, resumo: Foi tarde, quem nunca deveria ter estado à frente da pasta mais importante do Brasil”. O deputado ainda fez um organograma da desastrosa atuação do ministro, que começou afirmando que brasileiro é canibal e rouba no exterior, passando pela determinação filmar os alunos cantando o hino nacional, revisar os livros didáticos sobre o golpe militar de 64, até a troca de 14 cargos importantes no Ministério da Educação.
Em outro tuite Zeca Dirceu criticou o nomeado para comandar o Ministério da Educação. “Abraham Weintraub é ligado ao mercado financeiro e com 20 anos de atuação no setor bancário. Não resta dúvida sobre para onde ele vai mirar seu trabalho no MEC. O plano do governo é esvaziar investimentos públicos e tentar privatizar nosso ensino”, denunciou.
Em sua conta no Twitter, a Professora Rosa Neide (PT-MT) enfatizou que a exoneração de Ricardo Vélez é o resultado de um ministério sem planejamento e desorganizado. “São quatro meses perdidos. Não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar”.
Já o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) observou que quem assume o MEC se preparou a vida inteira para atuar no mercado financeiro. “Que tenha a humildade que Bolsonaro e Vélez não têm: Ouvir quem trata de educação”. Ele alertou ainda que não há perda maior para o futuro do Brasil do que 4 anos parados em relação a educação.
E a deputada Marília Arraes (PT-PE) disse que a escolha de alguém do mercado financeiro para comandar o MEC prova o descaso do governo com a Educação. “O que esperar de um presidente que trata direitos constitucionais como negócio?”, indagou.
Na avaliação do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) entre todas e todos os educadores brasileiros, Bolsonaro escolheu Vélez Rodrigues como primeiríssima opção. “Seguindo a lógica, o seu ‘plano B’ pode ser ainda pior, mas Vélez merecia ser demitido de um cargo que jamais deveria ter assumido”, afirmou.
Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) a demissão de Ricardo Velez é a prova cabal de que “a agitação ideológica de Bolsonaro não dá conta de governar o País”.
O deputado Carlos Veras (PT-PE) lamentou que só depois de 100 dias de desmandos na área da Educação, com consequências terríveis para o povo brasileiro, Bolsonaro resolve demitir ministro da pasta.
Vania Rodrigues
Foto: Lula Marques