O deputado Chico D’Angelo (PT-RJ), ao repudiar a Reforma Trabalhista na tribuna da Câmara, disse que a proposta do governo ilegítimo de Michel Temer situa os trabalhadores brasileiros num “cenário de boia fria”, já que ela traz várias questões que remontam ao século passado. “Quanto mais eu leio o que está escrito nessa reforma, mais escandalizado eu fico. A própria Organização Internacional do Trabalho, que é um órgão ligado à ONU, fez um parecer mostrando as barbaridades que estão nesse projeto de Reforma Trabalhista”, lembrou.
D’Angelo fez referência a um episódio da vida de São Bento, santo católico cujo dia é comemorado neste 11 de julho. “O que o Michel Temer e alguns senadores equivocadamente estão oferecendo ao Brasil é veneno aos trabalhadores brasileiros.
Há uma passagem de São Bento que é muito importante na história da sua vida. Quando ofereceram veneno a São Bento, ele replicou dizendo: Bebe tu teu próprio veneno”, detalhou.
Ao fim do seu discurso, pediu lucidez aos senadores para que impeçam um retrocesso histórico que pode estimular no Brasil um processo de convulsão social, caso medidas tão prejudicais aos trabalhadores sejam aprovadas. “Isso afetará gerações futuras não só a atual. Então, é muito importante fortalecer o movimento dos senadores para que fiquem contra essa Reforma Trabalhista e não cometam a barbaridade de aprová-la”.
O deputado João Daniel (PT-SE), que também falou na tribuna, denunciou que a Reforma Trabalhista é orientada pelo capital financeiro e se configura como uma das maiores crueldades contra os brasileiros. “Esse projeto é um crime contra a classe trabalhadora, contra o movimento sindical, contra a história de luta do povo. Por isso, toda a resistência e toda a luta nas ruas do Brasil inteiro são fundamentais para defender a soberania do País e os direitos da população”, defendeu.
João Daniel citou vários pontos contidos na reforma que são prejudiciais aos trabalhadores. Entre eles, a jornada de trabalho negociada, podendo chegar até 12 horas por dia; o intervalo de almoço de 30 minutos ou menos; a divisão das férias em até três períodos; o trabalho intermitente; e a possibilidade de mulheres grávidas ou amamentando poder trabalhar em ambientes insalubres. “É isso que esse governo, que não tem qualquer compromisso com o povo pobre, está propondo, um governo que está na iminência de ser afastado por crime comum”, completou.
PT na Câmara