O compromisso com a luta e as causas do povo quilombola movimentou parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores que vieram a Brasília, nesta quarta-feira (10), participar da agenda de mobilização do Aquilombar, evento que reúne caravanas de quilombolas de todo o País, na capital federal, para reivindicar a demarcação e a titulação de suas terras. A mobilização, que também é contra a construção de barragens de empresas mineradoras em seus territórios, foi organizada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Foto: Gustavo Bezerra
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu a recomposição das políticas públicas que foram implementadas pelos governos petistas e abandonadas pelo atual governo. “Esse governo destruiu o que a gente já tinha construído. Hoje a Fundação Palmares não tem mais a importância que tinha, não temos mais o Ministério da Igualdade Racial, não temos mais a política de regularização fundiária dos quilombos”, lamentou.
Gleisi anunciou que vai se reunir com os representantes dos quilombolas para esmiuçar as diretrizes apresentadas pelas comunidades. “Conversando com os companheiros da Conaq, nós nos comprometemos em fazer uma reunião para que essas diretrizes sejam detalhadas e assumidas pelo nosso partido. Esse é o compromisso que nós temos de vida e de caminhada”, reiterou.
Foto: Gustavo Bezerra
Em sua fala, o deputado Vicentinho (PT-SP) lembrou que a representação da população negra é minoria no Congresso Nacional. “Nós, o povo negro, dos 513 parlamentares da Câmara dos Deputados, somos apenas 21 parlamentares, o restante é constituído em grande parte por brancos opressores e enganadores. Esse Parlamento não representa nosso povo”, criticou.
O parlamentar lembrou que já presidiu a Frente Parlamentar Mista em Defesa das Comunidades Quilombolas. Segundo Vicentinho, essa frente teve um papel decisivo nas conquistas da população negra. “As cotas raciais, por exemplo, foi essa frente que influenciou outros movimentos sociais em defesa dessa causa”, afirmou.
Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) reclamou da ausência do governo em relação à pauta dos quilombolas. “O Estado brasileiro não teve vergonha para fazer até agora a titulação dos territórios quilombolas, das comunidades que estão aí há mais de 300 ou 400 anos”.
Segundo Tatto, o desafio que trouxe os quilombolas a Brasília, em marcha, é o de “não desistir e dizer que para o próximo governo haverá políticas públicas necessária para incluir os quilombolas no projeto de nação”.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) e o deputado Valmir Assunção (PT-BA) também participaram do evento
Benildes Rodrigues
