Parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram suas redes sociais para lembrar os 14 anos do assassinato da missionária Dorothy Stang, ocorrido no dia 12 de fevereiro de 2005 em Anapu, Pará. “Irmã Dorothy lutava pelos mais pobres, pelos sem-terra e pelos desamparados da sociedade. Foi morta pela ganância dos interesses econômicos. Era uma lutadora dos direitos. Inspiração para todos nós”, afirmou o deputado José Ricardo (PT-AM), em sua conta no Twitter. O deputado ressaltou ainda que a Irmã Dorothy teve uma vida dedicada a ouvir o grito da terra, o grito dos pobres, até as últimas consequências.
Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA), em tempos em que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declara não conhecer a Amazônia e a história de Chico Mendes, “é preciso reafirmar a luta por reforma agrária e proteção ambiental através do nome de Dorothy Stang, cujo aniversário de morte completam 14 anos”.
Para relembrar o triste assassinato, o deputado Helder Salomão (PT-ES) citou no seu Twitter a frase da Irmã Dorothy que retrata bem quem era e qual foi a importância da missionária para os pequenos agricultores da região: “Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar”.
O deputado Marcon (PT-RS) enfatiza que foi o latifúndio que matou Irmã Dorothy Stang. “A missionária defendia pequenos agricultores, posseiros e sem-terra. Quem de fato matou Dorothy Stang foi o latifúndio. Irmã Dorothy: presente!”.
Perseguição aos trabalhadores rurais
Em Anapu, uma missa celebrada na noite de ontem (12) relembrou os 14 anos do assassinato da irmã Dorothy. Apesar de ser uma data considerada triste, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acredita que lembrar é uma forma de manter a denúncia contra a perseguição sofrida pelos trabalhadores rurais e as organizações sociais que defendem o direito à vida, ao meio ambiente e à reforma agrária na região.
A missionária norte-americana naturalizada brasileira, da ordem de Notre Dame, Dorothy Mae Stang foi morta aos 73 anos. Ela trabalhava junto a comunidades de Anapu em projetos de desenvolvimento sustentável, o chamado PDS Esperança.
Segundo o Ministério Público, a morte da missionária foi encomendada pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão. Amair Feijoli da Cunha, o Tato, foi intermediário do crime. Rayfran das Neves Sales e o comparsa, Clodoaldo Carlos Batista, foram os executores de Dorothy.
O crime ganhou repercussão internacional, chamando a atenção de entidades ligadas aos direitos humanos e à reforma agrária na Amazônia.
Vânia Rodrigues, com Agências