Parlamentares da Bancada do PT na Câmara ocuparam a Tribuna nesta quarta-feira (17) para lamentar a rejeição, pelo plenário, de emenda apresentada pela Bancada Feminina à proposta da reforma política (PEC 182/07) e que previa uma espécie de reserva de vagas para as mulheres nos parlamentos nas próximas três legislaturas de 10%, 12% e 15% respectivamente.
Para o deputado Caetano (PT-BA), a Câmara deu demonstração de machismo. “E, também, uma clara demonstração de que é uma Casa retrógrada e não aceita que as mulheres conquistem, cada vez mais, o poder neste País”.
Caetano lembrou que setores da oposição criticam Cuba, mas naquele país o Parlamento tem grande participação de mulheres. “No Brasil, a oposição critica muito a democracia cubana, mas em Cuba 48% do parlamento é ocupado por mulheres. Então, é uma vergonha para o Parlamento brasileiro, para esta Câmara dos Deputados, não ter sido aprovada a cota feminina para as Assembleias, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal”, disse.
O deputado Luiz Couto (PT-PB) manifestou indignação com o resultado da votação. “Não dá para continuar desrespeitando esse segmento. Ou seja, na hora de fazer elogios às mulheres, faz-se; mas, depois, o compromisso não é real. Muita gente se esqueceu de que nasceu de uma mulher. Nossa expectativa é recuperar essa emenda e fazer com que tenhamos não apenas 10% das mulheres, porque elas são maioria nesta Casa e devem estar sempre bem representadas neste Parlamento”, ressaltou.
O deputado Padre João (PT-MG) afirmou que a rejeição das cotas demonstra “indiferença” às mulheres. “Peço perdão ao povo brasileiro por essa ignorância, por essa indiferença dos colegas deputados por não conseguirem enxergar a importância da questão de gênero, principalmente nos espaços legislativos. Sinto, de fato, vergonha”.
Já o deputado Marcon (PT-RS) parabenizou as mulheres pela luta. “As mulheres lutaram até o fim e continuam com esta boa luta para que o Senado aprove esta emenda”.
Gizele Benitz
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