Um dos destaques do discurso da presidenta Dilma Rousseff, nesta terça-feira (27), durante a primeira reunião ministerial do ano, foi a “convocatória” para os ministros do governo travarem a “batalha da comunicação” no diálogo com a sociedade. “Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação, sempre e permanentemente. Vou repetir: sempre e permanentemente. Reajam aos boatos. Travem a batalha da comunicação. Sejam claros, sejam precisos, se façam entender”, conclamou a presidenta.
Na Câmara, petistas elogiaram a iniciativa da presidenta. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) considerou que Dilma “reafirma o compromisso e a compreensão” sobre a “importância estratégica” do tema. “O debate da comunicação é estratégico para a consolidação de um projeto de nação. Na medida em que, ao longo dos últimos quatro anos, o principal ataque ao projeto que representamos partiu da mídia tradicional, que usou todo tipo de subterfugio sem que houvesse contraponto à altura com a nossa versão a respeito do que fazemos, é muito importante ver uma sinalização clara da presidenta quanto à importância dessa ação”, afirmou Pimenta.
Já o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) criticou a política de comunicação do governo Dilma Rousseff no primeiro mandato e defendeu a democratização da mídia para que o diálogo com a sociedade ocorra efetivamente. “No primeiro mandato tivemos uma absoluta falta de comunicação, os mecanismos institucionais foram muito frágeis e, além disso, os canais da mídia comercial sempre estiveram fechados. É necessário melhorar os canais institucionais, mas só teremos possibilidade de dialogar com a sociedade de forma igualitária com democratização da mídia, com mais rádios comunitárias, com a universalização do acesso à internet nas zonas rurais, nas pequenas e médias cidades, e com o enfrentamento dos monopólios da comunicação, que têm feito uma guerra suja e desonesta”, argumentou Teixeira.
No discurso, a presidenta pediu que todos os ministros mantenham diálogo com parlamentares, governadores, prefeitos e movimentos sociais, “tal como eu mesma farei”, ressaltou. “Vamos falar mais, comunicar sobre nossos desafios, sobre nossos acertos”, cobrou.
O ministro das comunicações, Ricardo Berzoini, tem dito que o debate sobre a regulação econômica da mídia terá início em março.
Rogério Tomaz Jr.
