A Câmara realizou, nesta terça-feira (5), o seminário “Cidadania e Desenvolvimento Urbano: análise da implementação de políticas públicas para o Norte e Nordeste”, com foco nas ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e na área de mobilidade urbana.
Parlamentares do PT consideram que as desigualdades regionais foram bastante reduzidas a partir de 2003, mas ainda há muito a ser feito.
O deputado Pedro Eugênio (PT-PE), coordenador da bancada do Nordeste e um dos expositores do evento, destacou o cumprimento do cronograma do PAC e defendeu maior atenção para a dimensão do planejamento, especialmente na área de infraestrutura. “O PAC está rigorosamente em dia. Dizer que está se arrastando é falso, é discurso político. Agora, temos que aprimorar a questão do planejamento”, disse.
“O financiamento de projetos executivos detalhados é um dos caminhos mais importantes para trazer investimentos à região [Nordeste] e promover mais eficiência na aplicação dos recursos ao meio urbano, inclusive na área de mobilidade”, acrescentou Pedro Eugênio.
Mobilidade – O deputado João Paulo Lima (PT-PE), que coordenou o segundo painel do seminário, avalia que o Brasil está preparado para enfrentar e superar os problemas de mobilidade nas grandes cidades. “Este evento é importante porque a mobilidade é um elemento fundamental para o desenvolvimento do Brasil como um todo e das suas regiões em particular. Os recursos extraordinários do PAC, primeiro com o ex-presidente Lula e agora com a presidenta Dilma, têm causado uma transformação significativa, mas observamos que ainda há carência de projetos, especialmente por parte dos municípios e dos estados”, opina João Paulo.
“O nosso grande desafio é conciliar o crescimento econômico, o desenvolvimento urbano, com a garantia de qualidade de vida à população. Temos problemas que surgiram com esse desenvolvimento, mas temos emprego, capacidade de investimento e agora temos que equilibrar os diversos fatores desse contexto”, complementou João Paulo.
O arquiteto Milton Botler, palestrante do seminário, enfatizou a necessidade de priorização do transporte coletivo nas grandes cidades, citando experiências positivas em metrópoles como Barcelona, mas lembrou que o Brasil ainda não apresenta altas taxas na proporção de veículos por habitante. “Todas essas políticas se dão a partir da restrição do automóvel. Mesmo com o incentivo do governo à compra de automóveis nos últimos anos, a nossa taxa de motorização ainda é baixa”, frisou Botler.
Rogério Tomaz Jr.