A ameaça de apagão energético e o crime da privatização da Eletrobras foi debatido, nessa segunda-feira (14), pelos parlamentares da Bancada do PT na Câmara, Bohn Gass (RS), líder do partido Erika Kokay (DF) e Pedro Uczai (SC) e pelo diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras, Ikaro Chaves, na TV PT na Câmara. Eles também criticaram a aprovação da medida provisória (MP 1031), pela Câmara Federal, que trata da privatização da Eletrobras.
“Estamos vivendo a maior crise sanitária, econômica e humanitária da história do Brasil. E estamos com uma nova notícia: a possibilidade do risco de racionamento energético. Além do apagão que já teve no Amapá com proporções enormes – sociais e ambientais – temos, agora, a possibilidade desse racionamento com proporções enormes para o País. E o governo Bolsonaro, neste momento, apresenta a privatização da Eletrobras. Essa privatização nós já tivemos nos tempos do Fernando Henrique Cardoso. E além da pandemia, Bolsonaro ameaça o País com o apagão energético”, denunciou Bohn Gass, logo na abertura do programa.
Para Ikaro Chaves, o apagão energético no Brasil é precedido por uma crise hídrica, mas principalmente, por apagões de planejamento, investimento e um apagão de Estado. “Nós estamos vivendo, hoje, no Brasil a maior crise hídrica dos últimos 91 anos”. Ele disse ainda que o risco de um racionamento energético no País é real e traz prejuízos em diversas áreas, como por exemplo na economia e produção de alimentos. “Se o governo não fizer racionamento, não reduzir o consumo, é muito provável que a gente vai ter apagões, o que é muito pior”.
O diretor da Assel destacou a importância do papel central da Eletrobras para o Brasil e alertou que se a empresa for privatizada, o aumento na conta de luz pode chegar a 14%. “Se a Eletrobras for privatizada, pelo processo da descotização, aquelas usinas que nós já pagamos durante décadas, vamos ter que pagar de novo. Então, vamos ter um aumento no preço da energia, porque as usinas que vendem energia muito barata, vão passar a vender energia no mercado livre como se fossem usinas novas a um preço muito maior. Pelos nossos cálculos o aumento na conta de luz pode chegar a 14%, isso por causa só do processo da descotização, sem falar no fato de você ter uma empresa privada controlada por fundos internacionais que vão ditar o preço da energia no País. Os brasileiros vão estar nas mãos de grupos internacionais e o governo brasileiro não poderá fazer nada”, explicou.
Patrimônio público
Para a deputada Erika Kokay é um crime o que o governo Bolsonaro está fazendo com o País ao tentar privatizar a Eletrobras. “Tirem as mãos da Eletrobras, porque ela é do povo brasileiro. Tirem as mãos da Eletrobras, porque o Brasil precisa de um projeto de desenvolvimento econômico e precisa de instrumentos estratégicos para este projeto, e um deles, fundamental, é a energia. Energia não é mercadoria, energia é um bem público fundamental para própria vida”.
Para o deputado Pedro Uczai, se a privatização da Eletrobras for consumada, o povo vai ficar sem nada. “A importância de defender esse patrimônio é para o futuro do Brasil. Não à privatização da Eletrobras. Não à privatização do setor energético como estratégico, não é só a tarifa de energia, [a energia pública] nos dá o direito de todos terem energia mais barata, de qualidade e a induzir o desenvolvimento econômico e social. Não à privatização e, sim, ao futuro do País”,
Assista a íntegra do programa:
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Lorena Vale