Petistas destacam gravidade da denúncia e afirmam que lei vale para Temer

Vários deputados do PT que participaram nesta quarta-feira (12) do primeiro dia de debates sobre a denúncia contra Michel Temer, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, destacaram a gravidade dos fatos e cobraram dos membros da CCJ a votação favorável ao parecer do relator, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Além das denúncias contra Temer, os petistas condenaram os métodos espúrios utilizados pelo governo Temer para pressionar membros da CCJ e outros parlamentar, para escapar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), diante da análise da denúncia de corrupção passiva contra Michel Temer, enviada à Câmara pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os parlamentares da CCJ têm a tarefa de apontar para o povo brasileiro que a lei também vale para Temer.

“A população nos indaga, será que a lei vale para Temer? Essa é a pergunta da população faz nesse momento. Muitos no ambiente político acreditam que o cidadão tem memória curta. Vem aqui e dizem que não tem indício (de crime contra Temer). Querem brincar com o Brasil? Querem manter um presidente sem capacidade moral para continuar no cargo?”, perguntou Maria do Rosário aos deputados da base do governo.

Ao também reconhecer a gravidade dos fatos contra Temer na denúncia da PRG, Valmir Prascidelli (PT-SP) destacou que a Constituição determina a responsabilidade da Câmara no encaminhamento da denúncia ao STF.  “Nós não queremos defender a linha adotada pela PGR ou Ministério Público, que extrapolam em muitas ações, muito menos defender Joesley. Queremos apenas que Temer seja julgado, pela acusação de crimes oriundos daquele diálogo com várias passagens não republicanas, com um empresário a altas horas da noite no Palácio, fora de horário e sem registro oficial”, disse.

Durante a reunião, Prascidelli também apresentou um voto em separado ao parecer do relator Sérgio Zveiter acrescentando outros argumentos jurídicos para reforçar a denúncia contra Temer.

Na mesma linha do deputado paulista, o deputado Assis Carvalho (PT-PI) lembrou um dos pontos mais escandalosos contidos na denúncia contra Temer, o acerto detalhado por um executivo da JBS do ‘plano de aposentadoria’ com o pagamento de R$ 500 mil por semana.

“Na conversa (com Joesley), transcrita na denúncia, Temer claramente indica Rocha Loures como seu interlocutor para o recebimento da propina. Segundo a delação de executivos da JBS, essa propina seria paga, semanalmente, durante 20 anos e seria a ‘aposentadoria’ de Temer. Alguém acha isso republicano?”, indagou o petista.

Já os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Leo de Brito (PT-AC), ao também defenderem a aprovação da admissibilidade da denúncia contra Temer, observaram que os deputados que criticam a denúncia da PGR são os mesmo que, no passado, apoiaram Eduardo Cunha e votaram a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“São os mesmos que apoiaram Eduardo Cunha, que exercia aqui dentro seu poder por conta do financiamento de campanhas eleitorais de parlamentares”, observou Zé Geraldo.

Leo de Brito disse que os que defendem Temer “foram os mesmos que condenaram a Dilma por supostas pedaladas fiscais”. “Um aviso a esses, ano que vem teremos eleições”, alertou.

Agenda – O debate sobre a instauração do processo contra Michel Temer prossegue nesta quinta-feira (13). A reunião está marcada para as 11h, no plenário 1, da Câmara.

Héber Carvalho

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