O líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP), rebateu na noite de ontem (9), da tribuna da Câmara, os parlamentares bolsonaristas que inconformados com a vitória do presidente Lula contestam o resultado eleitoral. “Não dá para acreditar que há parlamentares que conseguem acreditar e sustentar a teoria absurda de eventuais irregularidades e fraudes nas urnas. Eles mesmos, que foram eleitos e votados por essas urnas”.
Líder da Minoria, Alencar Santana. Foto: Wesley Amaral/Câmara dos Deputados
O deputado lembrou ainda que houve outras candidaturas nos estados para deputados estaduais e governadores, também eleitos. “Então, é lamentável que essas teorias continuem sendo alimentadas numa tentativa de inflarem a manifestação de algumas pessoas. Parte dessas pessoas diria acreditar nisso, na sua mais pura inocência; outras, com a clara intenção de manipular, de deturpar, de criar confusão, de criar o caos, de querer levantar suspeitas, para ver se há algum rebuliço no País para impedir que o presidente Lula governe de maneira tranquila”, denunciou.
Alencar Santana alertou que não se pode alimentar tal conduta. “Pelo contrário, temos que repudiá-la de maneira expressa, de maneira clara, porque o Brasil é um País democrático e não permite mais esse tipo de conduta”.
Diálogo com os poderes
O líder da Minoria destacou também o diálogo que o presidente eleito já começou com os poderes Legislativo e Judiciário. “Passados 10 dias da eleição, Lula tem demonstrando seu desejo de diálogo, sua grandeza política, seu reconhecimento aos Poderes constituídos e a todas as instituições. É disso que precisamos: muita conversa, muito diálogo e muito respeito — e respeito à independência de cada de cada Poder; respeito ao seu trabalho e à sua competência”, enfatizou.
Por isso, continuou o deputado, não têm razão aqueles que estão alimentando, financiando atos antidemocráticos. “O estranho é que não há nenhum quartel reclamando das pessoas que estão trancando as entradas… Alguma coisa de estranho tem aí. Da mesma maneira, foi estranha a apresentação do relatório – sobre a lisura as eleições – pelo Ministério da Defesa, pelas Forças Armadas, que não têm competência de fiscalização do processo eleitoral”, observou.
Eleição sem fraude
Segundo o líder da Minoria, além de não tomarem qualquer medida, apresentam um relatório que reconhece o resultado e a lisura das urnas eletrônicas, sem apontar qualquer fraude. “Mas as Forças Armadas não têm coragem de dizer isso de maneira explícita, apenas alegam que o processo precisa de aprimoramento, tentando criar dúvidas”, criticou.
“Isso é triste!”, avaliou o deputado, afirmando que as Forças Armadas já usurparam a competência de outro órgão. “Que reconhecessem o resultado do trabalho realizado, de maneira clara, para darmos um basta, virarmos a página e avançar. Para construir a renda, o emprego, o desenvolvimento econômico, a política necessária na educação, na saúde, no meio ambiente e em tantas outras áreas tão fundamentais e importantes para o País. É isso o que precisamos”, reiterou.
O deputado Bohn Gass (PT-RS) também usou a tribuna para comentar o relatório das Forças Armadas. “Elas (Forças Armadas) sequer precisariam ou deveriam fazer análise e a auditoria das eleições, porque não lhes cabe fazer isso. Os órgãos responsáveis já fizeram e disseram que não havia fraude. Foi uma eleição transparente e limpa nesse sentido total das urnas eletrônicas”, afirmou.
Deputado Bohn Gass. Foto: J. Batista/Câmara dos Deputados
Contudo, continuou Bohn Gass, “as Forças Armadas quiseram fazer — parece que foi até pedido do atual presidente para tentar tumultuar sempre as eleições — e fizeram a tal da auditoria. Qual é o resultado? Nenhuma identificação de fraude. Portanto, as Forças Armadas e a sua auditoria também confirmam: eleição limpa. Lula é o Presidente”, enfatizou.
Golpe e ditadura militar
E o deputado Rogério Correia (PT-MG) destacou que a ultradireita que não se conforma com a derrota eleitoral ficou a quarta-feira (ontem) esperando o relatório das Forças Armadas em que, segundo eles, poderia ser apresentada alguma fraude ou ilegalidade eleitoral. “Absolutamente nada! O relatório do Ministério da Defesa disse que não houve absolutamente nada de irregular no processo eleitoral, assim como todos os que participaram da fiscalização do processo. Ou seja, não há mais desculpa para a ultradireita estar tão raivosa, pregando ditadura militar e golpes”, afirmou.
Deputado Rogério Correia. Foto: J. Batista/Câmara dos Deputados
O deputado mineiro enfatizou que esse pessoal que faz isso age na ilegalidade. “E depois reclama da força da lei e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. É claro, o STF não pode ficar calado diante desses transgressores que pregam ditadura militar”, conclui.
Vânia Rodrigues
