Durante a homenagem ao Dia Internacional dos Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (5/12), a deputada Reginete Bispo (PT-RS) enfatizou a importância da defesa intransigente dos direitos humanos. “As violações são inúmeras, mas temos um povo solidário que luta na coletividade. Se existiu uma senzala, não podemos esquecer que o nosso povo lutou por liberdade e nos tirou da senzala. Hoje, somos um grande quilombo de um povo simples, trabalhador e aguerrido”, declarou.
Reginete também destacou os desafios enfrentados pela democracia brasileira: “Apesar da fragilidade da nossa democracia e da desigualdade absurda entre ricos e pobres, temos instituições que precisam ser aperfeiçoadas para garantir os direitos. É fundamental que o legislativo e o judiciário funcionem para reverter retrocessos, como a PEC 1904/24, que retira direitos das mulheres e meninas, e o marco temporal, que afeta os direitos dos povos indígenas”.
Consciência dos direitos
A deputada Erika Kokay (PT-DF) enfatizou a importância da luta pelos direitos humanos. “Direitos humanos são o direito de viver como ser humano. Temos a capacidade de transformar a realidade e isso se dá pela luta, que é coisa de gente”, afirmou.
Ela alertou para a desumanização que permeia a sociedade. “A desumanização simbólica precede a desumanização literal. Antes do feminicídio, há um feminicídio simbólico que arranca das mulheres a condição de serem mulheres”. Erika ressaltou a necessidade de preservar a democracia, afirmando que “a democracia é condição fundamental para exercer os direitos humanos”.
Diversidade
Ambas as deputadas concordaram que o Brasil deve lembrar suas raízes de resistência e luta por igualdade. “Esse país de casas grandes e senzalas também é país de quilombos, que sempre teve muita resistência”, destacou Erika, reforçando que “direito não é favor, direito é direito”.
Erika ainda defendeu a dignidade humana. “Todo ser humano nasce livre, igual em dignidade e em direitos. É preciso que todas as vozes sejam escutadas na sua diversidade, para que possamos afirmar que este canto, com todos os sons, é mais poderoso do que qualquer tentativa de hierarquizar seres humanos”.
Lorena Vale