Durante sessão solene, nesta terça-feira (18), em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrada no último dia 5, os deputados petistas Nilto Tatto (SP), Erika Kokay (DF), João Daniel (SE), Rejane Dias (PI) e Vicentinho (SP), proponentes do debate, lamentaram o desmonte de políticas ambientais promovido pelo governo de Jair Bolsonaro. Para Tatto e Erika Kokay, por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente nada mais é que “sucursal”, “ventríloqua” do Ministério da Agricultura.
“É uma era de descalabro, de desmonte, de negação da preservação ambiental como algo fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Temos o Ministério do Meio Ambiente chefiado por Ricardo Salles que transformou a pasta em sucursal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, criticou Nilto Tatto.
Já a deputada Erika Kokay disse que o Brasil está diante de tantos ataques feitos por um núcleo que, segundo ela, “acha que gado é mais importante que gente”.
“Temos hoje um Ministério do Meio Ambiente que se comporta como um ventríloquo dos interesses do Ministério da Agricultura, totalmente dominado pelo agronegócio, que é quem mais devasta a natureza”, denunciou Erika.
Em um duro discurso, a parlamentar observou que na data em que era para se comemorar o Dia do Meio Ambiente, se ouviu “um grito da terra machucada”. Para ela, o que o Brasil vive em poucos meses do atual governo, “é um derretimento das políticas que foram construídas para a preservação ambiental, para preservar a vida”.
O que se vê, conforme a petista, é que a ousadia e o atrevimento de quem quer destruir as políticas ambientais não tem limites. “Ele veste paletó, põe gravata, assume tribunais e, põe, inclusive faixa presidencial”, alfinetou.
PNaRA
O deputado Nilto Tatto, que é o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, avalia que o Congresso Nacional precisa pensar uma agenda positiva para enfrentar as grandes questões ambientais. “Há proposta que podemos caminhar numa agenda positiva. É preciso ter coragem para colocar em pauta e aprovar o Plano Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos (PNaRA) que está aqui nesta Casa”, defendeu Tatto ao se referir ao PL 6670/16, aprovado na comissão especial e que aguarda apreciação pelo plenário da Câmara.
O deputado João Daniel é da mesma opinião. Ele fez um apelo ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que paute a discussão e votação do PL 6670. “O PNaRA foi construído pela sociedade junto com este Parlamento. Ele está pronto para ser votado no plenário para que possamos, no mínimo, avançar mais e debater sobre a redução desse grande mal que atinge o planeta, que são os agrotóxicos”, salientou João Daniel.
Prioridade
A deputada Rejane Dias lembrou que a cada ano a situação do meio ambiente se torna alarmante. Ela afirmou que mais do que falta de consciência ou educação ambiental, inexiste respeito à vida.
“Está na hora de discutirmos o que é prioridade para que o planeta Terra continue habitável em nosso País. Temos a maior biodiversidade do mundo, portanto, temos que preservar para garantir um futuro melhor dos nossos filhos e para as próximas gerações”, alertou a parlamentar.
Ao se pronunciar, o deputado Zé Neto (PT-BA) disse que o meio ambiente, hoje, sendo lembrado na Câmara é muito oportuno. “É preciso entender que nós precisamos de soberania, autonomia, preservação ambiental, preservação das nossas riquezas humanas, e culturais, preservação do nosso patrimônio, da Amazônia, das florestas, do sertão, dos pampas e de todas essas regiões que compõem esse belíssimo Brasil que tanto precisa de preservação”, considerou.
Amazônia
O deputado José Ricardo (PT-AM) destacou que o futuro da Amazônia deve ser pauta ambiental prioritária na Câmara. Ele enfatizou que a região é uma parte do Brasil desconhecida pelos brasileiros. “A Amazônia é cobiçada pelos interesses internacionais, que a cada dia avançam no sentido de se apoderar dessas riquezas e de tudo que temos na região”, alertou. Para José Ricardo, este é um exemplo das privatizações que estão em curso no País. “São privatizações de áreas estratégicas, que deveriam ser consideradas estratégicas também para o Brasil”, enfatizou.
Benildes Rodrigues
Foto: Will Shutter/Agência Câmara