Petistas criticam queda do poder de compra do salário mínimo e relembram política de ganho real dos governos do PT

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Parlamentares da Bancada do PT usaram a tribuna da Câmara nesta terça-feira (10) para repudiar a política econômica do governo Bolsonaro, que provocou a maior perda de poder de compra do salário mínimo dos últimos 28 anos. Eles também relembraram a política de valorização do salário nos governos do PT, destacando que em janeiro de 2003, quando Lula assumiu o seu primeiro mandato, o salário mínimo era de R$ 659,94 e quando ele concluiu o seu período de governo, o salário mínimo já estava em R$ 1.041,61.

Deputada Maria do Rosário. Foto: Gabriel Paiva

Ao citar tabela publicada pelo jornal O Globo sobre a evolução ou involução do salário mínimo por mandato e presidente, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) frisou que o governo Bolsonaro é o único na história democrática do País, desde o período Fernando Henrique, em que temos claramente a redução do salário mínimo. “Qual será o legado? Qual será a herança de um governo perverso como este, liderado por Jair Bolsonaro? Em todas as áreas, ficará um rastro de destruição. Estejam atentos e atentas porque quem corta o salário mínimo corta o pão da mesa”, denunciou.

Maria do Rosário disse que não há um decreto de Bolsonaro tratando do feijão, do arroz. “Ao contrário, destruiu a Conab destruiu as compras públicas, impede que as famílias tenham poder de compra, enquanto nos governos Lula o trabalhador tinha poder de compra, o dinheiro valia alguma coisa na hora de comprar, valia pão, valia leite, valia melhoria da alimentação para as crianças, além dos programas sociais”, comparou.

A deputada frisou que os governos Lula e Dilma tiveram juntos no seu período de governo mais de 70% de reajuste real do salário mínimo. “Com o governo Bolsonaro, volto a dizer, é o primeiro governo da história democrática cujo salário mínimo diminui, como diminui o respeito ao trabalhador e trabalhadora”. Rosário acrescentou que está contando os dias para ver o governo Bolsonaro fora do poder da República. “E não será com golpe e com manobras que ele permanecerá, porque estamos atentos ao interesse do povo. E que este Parlamento seja altivo no interesse da sociedade, para nós, sim, fiscalizarmos as eleições”, conclui.

Reposição inflacionária

O líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), acusou o governo Bolsonaro de “meter a mão” no bolso do trabalhador brasileiro. “Até no salário mínimo este governo está mexendo, e mexendo para menor, não é de hoje. Eu diria que está metendo a mão no bolso do trabalhador mais pobre, justamente de quem precisa”, denunciou.

Deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) – Foto – Paulo Sergio -Câmara dos Deputados

Alencar Santana também frisou relembrou que desde o governo Fernando Henrique, passando o governo Lula, governo Dilma e até o próprio governo Temer, sempre houve no mínimo a reposição inflacionária. “Este governo é tão ruim, tão ruim que ele sequer conseguiu garantir isso. E há uma diminuição real. O salário mínimo deveria estar na casa dos R$ 1.250, se fosse aplicada, no mínimo, a inflação desse período. O salário mínimo está em torno de R$ 1.212, criticou.

Ele lembrou que o trabalhador está pagando tudo caro, do gás de cozinha à energia elétrica, do arroz ao feijão. “Um pé de alface custa R$ 5. Houve aumento do quilo da cenoura, do ovo e ainda há uma diminuição no seu salário mínimo, de no mínimo R$ 38. É lamentável o País ter um governo incompetente, que vira as costas para o povo pobre, um governo que tira de quem precisa, que tira de quem depende do salário mínimo”, desabafou.

Salário mínimo cai 2% com Bolsonaro

Deputado Marcon. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

O deputado Marcon (PT-RS) também comparou o poder de compra do salário mínimo nos governos do PT e no governo Bolsonaro. “No primeiro governo Lula o salário mínimo teve aumento real de 27%, no primeiro mandato da presidente Dilma, o ganho foi de 12% e atualmente, com Bolsonaro, as perdas já estão em torno de 2%”, destacou.

Não bastasse isso, continuou Marcon, os trabalhadores brasileiros que foram contratados ano passado, 35% ganham até um salário mínimo. Ele citou ainda que no mês de março, as pessoas com carteira assinada que ganham salário mínimo representam 21%, e 74% dos aposentados e pensionistas também estão nessa situação. “Além da perda de poder aquisitivo, perde-se também nas compras de remédios, de comida, de roupas, de combustível e assim por diante”, lamentou.

Para Marcon, enquanto o pobre perde com o salário mínimo, os bancos ganham com altos juros. “Bradesco, Itaú, Santander, aqui no Brasil, no primeiro semestre, ganharam, juntos, R$ 18 bilhões. Isso representa um aumento de 7,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado”, citou. Ele acrescentou que é preciso repudiar essa situação onde “os pequenos são pisoteados por este governo. São eles que passam fome, porque com salário mínimo não conseguem comprar comida, pagar a luz, pagar água, pagar o transporte”, desabafou.

Perversidade com a classe trabalhadora

Deputado Joseildo Ramos. Foto: Lula Marques

Na avaliação do deputado Joseildo Ramos (PT-BA), a perda do poder de compra do salário mínimo é uma perversidade que se faz com a classe trabalhadora, principalmente aquela que sobrevive do piso salarial. “O salário mínimo é uma ferramenta extraordinária de divisão de renda no nosso País. Infelizmente, a inflação dos alimentos e dos combustíveis, inclusive com relação ao gás de cozinha, corroem cerca de 80% desse salário mínimo, aviltado pela primeira vez em 28 anos desde o Plano Real com Fernando Cardoso”, lamentou.

Para Joseildo Ramos, o presidente Bolsonaro vai ficar com essa marca, “a marca de alguém que retira quase 2% do salário mínimo, que sequer tem condição de prover em uma família pequena aquilo que efetivamente é necessário”. Nesse flagelo, continuou Joseildo, “nós lembramos que é peculiar esse governo inaugurar esse nível de perversidade exatamente com aqueles que vivem nas franjas da sociedade. O que falar das feiras livres do Nordeste brasileiro, onde a aposentadoria de quem ganha um salário mínimo, a aposentadoria do trabalhador rural é o que faz circularem os recursos nas feiras livres deste País”.

Congelamento do salário mínimo

Deputado Bohn Gass é proponente da comissão geral do Dia do Trabalhador. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Ao criticar a política econômica do governo Bolsonaro, o deputado Bohn Gass (PT-RS), lamentou o que ele considerou o “congelamento” do salário. “A estatística mostra agora que, desde o Plano Real, houve apenas um presidente da República — que é o Bolsonaro — que não reajustou o salário sequer até a inflação. Não estou nem falando como era no tempo do Lula e da Dilma, que reajustavam acima da inflação para haver poder de ganho real. Não! Aqui está abaixo da inflação, 1,78 de poder aquisitivo menor, porque reajustou abaixo da inflação”, protestou.

Na avaliação do deputado Bohn Gasss, o presidente Bolsonaro com a sua política de aumento da inflação, aumento dos combustíveis e com reajuste do salário mínimo abaixo da inflação, faz mal ao povo brasileiro. “Ele acovarda-se e ainda mente, essa é infelizmente a história do presidente Bolsonaro”, conclui.

 

 

Vânia Rodrigues

 

 

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