O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ironizou a nova denúncia revelada nesta terça-feira (3) pela série de reportagens do The Intercept Brasil, com sites parceiros, na qual o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato se julgava um predestinado a comandar o Brasil, junto com o ex-juiz Sérgio Moro. “Ele e o juiz seriam, numa visão fanática e simplista, os escolhidos, os ungidos para conduzir o rebanho do povo brasileiro”, criticou. “As ilusões foram desfeitas”, completou.
De acordo com as mensagens divulgadas hoje, Deltan Dallagnol via como certa a sua eleição, caso se candidatasse ao Senado. “Num chat consigo mesmo, que funcionava como espaço de reflexão do procurador, ele (Dallagnol) chegou a se considerar ‘provavelmente eleito’. Também avaliou que a mudança que desejava implantar no País dependeria de ‘o MPF lançar um candidato por Estado’ uma evidente atuação partidária do Ministério Público Federal, proibida pela Constituição”, explica o The Intercept.
“Se alguém tinha alguma dúvida de que a Lava Jato tinha objetivos políticos, ela se dissipou”, afirmou a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) em sua conta no Twitter. Ela enfatizou que o The Intercept mostra que Deltan Dallagnol, chefe da operação, não só planejava se candidatar ao Senado como achava ter uma missão divina. “E eu e ex-senador Roberto Requião éramos tratados como os inimigos”, completou.
Na conversa divulgada, Vladimir Aras afirmou: “Você se elege fácil e impede um dos nossos inimigos no Senado: Requião ou Gleisi (sic) caem”. Deltan respondeu: “Não resolve o problema. Ajuda se o MPF lançar um candidato por estado. Seria totalmente diferente e daria trabalho, mas pode ser uma das estratégias para uma saída”.
“É bonito você usar seu cargo como procurador para eliminar seus adversários e depois concorrer com pista livre, né?”, questionou indignada a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT).
Projeto Político
Outros parlamentares da Bancada do PT também usaram suas redes sociais para criticar a postura do procurador e reforçar o que vem denunciando desde que o ex-presidente Lula foi preso injustamente para não retornar à Presidência da República: o projeto da Lava Jato era político. “A Lava Jato não tinha provas contra Lula. O que tinha era um projeto político! Evidente atuação partidária do MPF, o que é proibida pela Constituição!”, denunciou o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).
“Agora não resta a menor dúvida. O objetivo dos procuradores e juízes da Lava Jato não era o combate à corrupção. Sempre foi um projeto de poder. Gilmar Mendes tem razão quando diz que a Lava Jato criou ‘Estado paralelo’ com projeto de poder”, afirmou o deputado Airton Faleiro (PT-PA).
A mesma opinião foi externada pela deputada Natália Bonavides (PT-RN). Em seu Twitter ela destacou que foi confirmado o interesse político-partidário da Lava Jato. “Deltan e Cia agiram como partido, acusaram adversários e aparelharam o MPF para tal; e Moro como ministro do governo selou a perigosa aliança que destrói o País e tirou Lula da eleição”.
O deputado Paulão (PT-AL) reforçou que a turma da Lava Jato tinha um projeto de Poder. “Queria lançar um candidato do Ministério Público em cada Estado. É o PLJ (Partido da Lava Jato)”, criticou. E o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) completou: “Os interesses políticos da Lava Jato estão escancarados”.
Na avaliação da deputada Maria do Rosário (PT-RS), as novas conversas divulgadas pela Vaza Jato confirmam exatamente aquilo que o ex-presidente Lula já disse. “A Lava Jato é um partido político disfarçado de operação contra corrupção. Sempre agiram com objetivos políticos e essa é mais uma das provas de que Lula é um preso político”.
As deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Margarida Salomão (PT-MG), e os deputados Henrique Fontana (PT-RS), Helder Salomão (PT-ES), Rogério Correia (PT-MG), José Guimarães (PT-CE) e Pedro Uczai (PT-SC) também criticaram as artimanhas da turma da Lava Jato e o seu projeto político. Eles reforçaram que a atuação partidária do Ministério Público é proibida pela Constituição Federal.
Vânia Rodrigues