Petistas criticam escolha de lobista para comandar a Petrobras, e Jorge Solla anuncia ação no MP contra o conflito de interesses

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os deputados Jorge Solla (PT-BA) e Leo de Brito (PT-AC) afirmaram em plenário, nesta quarta-feira (30), que o governo Bolsonaro é o das notícias ruins para o povo brasileiro. “Todo dia há informação grave sobre este desgoverno da destruição nacional que é o governo Bolsonaro. Uma notícia de hoje é que Bolsonaro indica para presidente da Petrobras, Adriano José Pires Gonçalves, um verdadeiro lobista das multinacionais do petróleo”, afirmou Solla, ao acrescentar que, por causa do comprometimento profissional de Adriano Gonçalves com essas multinacionais, o Tribunal de Contas da União (TCU) já barrou a sua nomeação no Conselho Nacional de Política Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, em 2018. “É um escárnio o que este governo faz!”, protestou.

De acordo com o deputado do PT baiano, Adriano Gonçalves é sócio de uma empresa de consultoria, chamada Centro Brasileiro de Infraestrutura, que, há 20 anos, tem como clientes as grandes multinacionais de petróleo. “Oficialmente ele não divulga a sua lista de clientes. Negou-se a dizer quem paga o seu salário, até mesmo para o TCU. E não abre sua carteira de clientes. Ele é o lobista das multinacionais do petróleo indicado por Bolsonaro para comandar a Petrobras. No site da sua empresa, as logomarcas exibidas são a Chevron e Exxon americanas, a Shell britânica, a União da Indústria da Cana de Açúcar, que reúne os usineiros do etanol, além da Fiesp e Firjan”, revelou.

Jorge Solla informou que vai representar este caso ao Ministério Público e cobrar que o Tribunal de Contas da União se manifeste, “pois há um flagrante conflito de interesses na nomeação desse lobista para presidir a nossa Petrobras”, argumentou e acrescentou: “Se a sua nomeação como membro do Conselho do Setor Energético foi considerada incompatível, imagine presidir a maior empresa de energia da América Latina!”. O deputado disse que na época, o Ministério Público informou ao TCU haver conflito de interesses entre as atividades privadas exercidas por esses representantes e as atribuições conferidas aos integrantes de tal Conselho.

O deputado disse que era bom lembrar que a boiada continua passando na Petrobras. “Querem botar o lobista nas multinacionais e já venderam 62 ativos e embolsaram US$ 33,9 bilhões. Mas sabe para onde foi esse dinheiro? Foi para o bolso dos acionistas privados e não retornou para o povo brasileiro, destruindo um patrimônio público que foi construído a duras penas. E insistem em colocar um lobista para comandar os rumos da empresa, o que é um flagrante desrespeito à legislação, à compatibilidade desse cargo”, reforçou.

Deputado Jorge Solla. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Galinha cuidando do galinheiro

O deputado Leo de Brito, além de reforçar que Adriano José Pires Gonçalves é um lobista das grandes multinacionais do petróleo, reiterou que o governo também está privatizando, “levando uma verdadeira raposa para dentro do ‘galinheiro’ da Petrobras. O destino da estatal, infelizmente, vai ser a privatização. A política de preço, essa política criminosa da Petrobras, vai continuar. O povo brasileiro está sendo massacrado”, denunciou.

Deputado Leo de Brito. Foto: Gabriel Paiva

A deputada Erika Kokay (PT-DF) também comentou, em plenário, a troca de comando da Petrobras. “O governo Bolsonaro acha que pode fazer os seus shows pirotécnicos para tentar resgatar uma popularidade que está derretendo neste País. E ao trocar o presidente da estatal, o presidente que assume diz que ‘não tem importância se o preço da gasolina for a R$ 12, desde que não tenha crise de abastecimento’, que ‘não tem importância o barril de petróleo chegar a US$ 200’, que ‘isso é bom para o Brasil porque o País exporta o óleo cru’ e que ‘a Petrobras tem que ser privatizada’. Portanto, é este o presidente que não vai mudar a atual política de preços que favorece os acionistas minoritários e açoita a população brasileira”, criticou.

Deputada Erika Kokay. Foto: Gabriel Paiva

Propaganda antecipada

Jorge Solla anunciou também que vai representar contra a “depravação” que virou o uso de cadeia de rádio e televisão como palanque para ministros que vão sair de suas cadeiras para virarem candidatos. “Ontem foi a vez de Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia. Ele falou alguma coisa que justificasse a transmissão de seu discurso em cadeia nacional? Nada! Propaganda eleitoral com recursos públicos antecipada, flagrante desrespeito à legislação eleitoral, crime contra o erário público!”, denunciou.

Nas últimas semanas, Solla disse que aconteceu o mesmo com os ministros Damares Alves (da Família), João Roma (Cidadania), Rogério Marinho (do Desenvolvimento Regional). “Todos pré-candidatos, ministros de Bolsonaro, que vão sair de seus postos agora e que usaram cadeia de rádio e televisão paga com dinheiro público. A mamata e a corrupção continuam no governo da destruição nacional! Vamos representar contra todos eles na Justiça Eleitoral e contra a forma como estão usando o dinheiro público!”, finalizou.

Vânia Rodrigues

 

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