Petistas criticam Bolsonaro por fazer chacota e palanque eleitoral com vacina que pode salvar vidas

“Bolsonaro faz chacota sobre a vacina, que é algo que pode salvar vidas, e sapateia em cima da morte de um voluntário sem qualquer relação com a vacina”, afirmou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) ao criticar a atitude do presidente Jair Bolsonaro ao comemorar a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de interromper os testes clínicos da vacina Coronavac em parceria com o Instituto Butantan. A pandemia da Covid-19 já matou mais de 162 mil pessoas no Brasil.

Para o ex-ministro da saúde, Bolsonaro mostra mais uma vez a sua guerra contra a vacina, e reforçou que o mais importante é salvar vidas e a economia brasileira. “Se ele acha que ganhou, quem perde é o povo brasileiro. Ninguém ganha quando alguém morre, ninguém ganha quando uma vacina, que pode salvar vidas, tenha seu estudo suspenso para esclarecimentos”, apontou.

Na tarde desta terça-feira (10), a TV Cultura, divulgou com exclusividade, que a causa da morte do voluntário da pesquisa foi suicídio, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML).

“O laudo do IML indica suicídio a causa da morte do voluntário que participava dos testes da vacina Coronavac. Bolsonaro é um genocida sádico, que despreza mais de 160 mil mortes para disputar palanque eleitoral com a vacina. Impeachment é o que ele merece”, escreveu o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), em suas redes sociais.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou em sua conta no Twitter a afirmação do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, de que a morte usada como justificativa pela “direção bolsonarista da Anvisa” para suspensão dos testes da Coronavac trata-se de “um óbito não relacionado à vacina”. “Espalhar fake news é a especialidade desse governo, só que agora estão usando uma mentira para colocar em risco a vida de milhões de brasileiros. Até quando a Câmara será complacente com as atrocidades desse governo e vai ignorar as dezenas de pedidos de impeachment que chegaram lá?”, questionou.

Ironia de Bolsonaro

Ao ser perguntado, no Facebook, por um usuário se o Brasil iria comprar a Coronavac caso ela fosse considerada segura, Bolsonaro, ao responder à pergunta, compartilhou uma notícia sobre a interrupção dos testes citando possíveis efeitos colaterais da vacina – embora a Anvisa não tenha detalhado esses efeitos. “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, ironiza Bolsonaro.

Há cerca de um mês, um voluntário brasileiro que participava dos testes clínicos da vacina de Oxford morreu por complicações da Covid-19. Porém, o homem não havia recebido a vacina, mas, sim, um placebo. Nesta ocasião, os testes não foram interrompidos. Segundo a Anvisa, um comitê internacional de avaliação de segurança recomendou a continuidade dos estudos.

Esclarecimentos

Para Alexandre Padilha, a Anvisa precisa dar esclarecimentos se já sabia o motivo da morte do voluntário, se já sabia que o evento grave não tinha relação com a vacina em estudo e se já tinha essas informações quando resolver suspender os testes. “Nós não podemos admitir que uma agência do Estado Brasileiro venha participar da guerra da vacina feita por Bolsonaro ou que venha colaborar com a chacota contra algo tão importante, contra a instituição pública do Sistema Único de Saúde (SUS) que é o Instituto Butantan e muito menos com o sapateio diante da morte de alguém”, afirmou.

Instituto Butantan

Na manhã desta terça-feira (10), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, declarou, em coletiva de imprensa, que a Anvisa recebeu, no último dia 6, um documento com a informação de que um participante do estudo clínico teve efeito adverso grave não relacionado à vacina.

O anúncio da suspensão dos testes ocorreu na noite de segunda-feira (9). De acordo com Covas, a imprensa noticiou o fato vinte minutos após a Anvisa informar que teria uma reunião nesta terça sobre o assunto. Ele disse que o processo acabou fomentando medo e insegurança. “Não há nenhuma necessidade de se interromper os estudos. A troco de quê?”, questiona ele.

Covas disse que a Anvisa possuí dados de que o evento grave com o voluntário não tem relação alguma com a vacina. “Hoje de manhã ocorreu uma reunião com a Anvisa para esclarecer todas as dúvidas. Interromper um estudo clínico causa sofrimento, dor e insegurança. Causa dificuldade naqueles que querem ser submetidos ao estudo”, completou Covas.

Politização da ciência

O deputado do Jorge Solla (PT-BA), que também é médico, afirmou que politizaram a ciência. “A interrupção, por parte da Anvisa, de estudos clínicos de uma vacina que pode pôr fim à pior pandemia de nossa geração, por uma ocorrência entre os participantes do teste que nada tem a ver com a vacina (suicídio) é a pior página da história deste órgão. Politizaram a ciência”.

Outro médico da Bancada, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), respondeu a uma pergunta feita por Bolsonaro, há alguns dias, sobre a pressa para se ter uma vacina contra a Covid-19. “Mais de 160 mil mortos pela Covid-19 e Jair Bolsonaro comemora o fato de que uma vacina que poderia imunizar a população dessa doença supostamente não deu certo. Há alguns dias, ele perguntou: “Pra que a pressa?”. A pressa, presidente, é para salvar as vidas dos brasileiros”.

“Bolsonaro quer sabotar a vacina chinesa por brigas políticas. Revoltante”, escreveu o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). E completou: “Não vamos deixar que o uso político da Anvisa comprometa o acesso à vacina. Bolsonaro atenta contra a vida”.

Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), Bolsonaro não pode ficar fazendo palanque com a saúde pública. “Bolsonaro usou um suicídio para tirar vantagem política. Errou duas vezes. Mesmo se o voluntário não tivesse tirado a própria vida, o presidente não pode ficar pensando em palanque. É uma questão de saúde pública”.

“Ao dizer que “ganhou” com suspensão da pesquisa da vacina Coronavac, Bolsonaro não politizou o tema, ele o eleitoralizou. E isso é estúpido e criminoso”, denunciou o deputado Bohn Gass (PT-RS).

Impeachment

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não dá mais para esperar até as eleições de 2022, Bolsonaro precisa sair. “E aí o sujeito na Presidência diz que “ganhou” do governador porque o teste da vacina da doença que matou milhares foi suspenso. Ganhou o quê, se todos perdemos, se a vida perde, se o País perde? Não dá pra esperar 2022. Fora Bolsonaro”.

 

Outras manifestações de parlamentares da Bancada do PT na Câmara

Alencar Santana (PT-SP) – “O presidente da Anvisa não pode continuar às frente do cargo e terá que responder por suas ações, nitidamente politizadas. A Anvisa serve à saúde pública e não pode ser um instrumento político da extrema-direita e da sua xenofobia”.

Benedita da Silva (PT-RJ) – “O Instituto Butantan afirma que a morte não foi por causa da vacina. A atitude do Bolsonaro é crítica, porque ele coloca à frente brigas políticas pessoais, ignora as mais de 160 mil mortes no país e acha que ficar sem vacina é uma vitória. Isso é criminoso!”.

Carlos Veras (PT-PE) – “Politizar a vacina e usar as instituições para ampliar uma disputa política atenta contra a humanidade, que sofre com o coronavírus e seus efeitos. A vida das pessoas deve estar acima dos interesses eleitoreiros do presidente em 2022”.

Carlos Zarattini (PT-SP) – “Para Bolsonaro o que vale é a disputa política. Ele está se lichando para a situação do povo brasileiro

Erika Kokay (PT-DF) – “Quem teve “reação adversa grave” à Coronavac foi o Bolsonaro. Um genocida irresponsável que faz politicagem com a saúde do povo brasileiro.”

Margarida Salomão (PT-MG) – “Vitória? Comemorar a suspensão de testes da vacina é um ato desprezível. Bolsonaro trata a saúde pública com descaso e tem profundo desprezo pelas vítimas da pandemia. A suspensão, mesmo se necessária, é uma perda para toda a sociedade”.

Natália Bonavides (PT-RN) – “Bolsonaro disse que ganhou de Dória porque um voluntário dos testes da vacina da Covid morreu (por causas não relacionadas à vacina) e isso paralisou a pesquisa. Ele é essa pessoa nojenta que comemora a paralisação dos estudos de uma vacina que quando aprovada vai salvar vidas.”

Nilto Tatto (PT-SP) – “A imprensa revela que a causa da morte do voluntário dos estudos da Coronavac foi suicídio. É asqueroso saber que Bolsonaro comemorou a morte dessa pessoa. Pior, há pessoas comemorando com ele e sabotando uma possível vacina”.

Odair Cunha (PT-MG) – “Ao comemorar a suspensão dos testes da Coronavac, Bolsonaro deixa evidente que se preocupa mais com suas rixas políticas e sua imagem do que com a vida da população. O Brasil nunca teve um presidente tão pequeno, tão medíocre”.

Padre João (PT-MG) – “Bolsonaro brinca de ser presidente e ataca a saúde do povo brasileiro. Genocida”.

Paulo Teixeira (PT-SP) – “Bolsonaro transformou a produção da vacina numa disputa política com Dória. Assim, abandona o povo a sua própria sorte. Um irresponsável!”.

Professora Rosa Neide (PT-MT) – “Bolsonaro é um evento adverso às nossas vidas. A morte do voluntário da Coronavac não teve nenhuma relação com os testes da vacina. A interrupção comemorada por Bolsonaro é puro desprezo pelo conhecimento científico e pela vida”.

Rogério Correia (PT-MG) – “Laudo do IML revela que a morte de voluntário da Coronavac não teve ligação com vacina ou Covid. Como lembra o DCM, Bolsonaro lacrou em cima de um suicídio. Mas isso é Bolsonaro: falou em morte ele vai curtindo, nem pergunta antes…”

Valmir Assunção (PT-BA) – “Bolsonaro brincou com a saúde do brasileiro a partir de um suicídio. Seriedade e respeito passam longe do Planalto”.

Lorena Vale com Agências

 

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