Petistas alertam para chegada de novos ciclones no RS e destacam ajuda do Governo Lula

Enchentes sucessivas no Rio Grande do Sul. Foto: Maurício Tonetto/Secom/Gov RS

O agravamento da situação do Rio Grande do Sul, com um terceiro ciclone e com a previsão de outro para a próxima semana, foi tema de discursos de parlamentares da Bancada do PT, especialmente os da Região Sul, nesta terça-feira (26). A deputada Maria do Rosário (PT-RS), ao se solidarizar mais uma vez com a população gaúcha, anunciou a ida de uma comitiva de ministros do Governo Lula ao estado, além da comissão externa da Câmara, criada para acompanhar a situação. “Mas não é demais dizer que nós estamos atentos e solidários, prontos para tomarmos todas as medidas em prol do povo gaúcho, diante desses eventos climáticos que afetam gravemente a vida humana em todos os sentidos, a economia e tudo o que existe no nosso querido estado do Rio Grande do Sul”.

Dep. Maria do Rosário (PT – RS) Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A deputada, que é 2ª secretária da Câmara, informou que hoje o estado foi tomado por mais um ciclone, que deixou prejuízos materiais e, na cidade de Barra do Ribeiro, a perda de vida humana. “A situação gaúcha é extremamente grave. Em Porto Alegre, a Região das Ilhas e a Zona Sul já se encontram alagadas. E não são apenas nessas regiões, que já há pessoas abrigadas e atendidas pela Defesa Civil. No centro da cidade, vejam o Mercado Público! As últimas imagens que mostravam águas de enchente a tomar o Mercado Público datam de 1941. Pois nesta tarde, as águas do Guaíba tomaram o centro da cidade, a região sul e a Região das Ilhas, assim como as águas do Arroio Feijó atingiram Gravataí, Alvorada, Canoas, Cachoeirinha, Esteio e Sapucaia. A região sul do Estado, além do Vale do Taquari, sofre enormemente”, lamentou.

Solidariedade

“A situação do povo do Rio Grande não está fácil. Faz mais de 90 dias… A cada 15 dias, era um ciclone que estava acontecendo no estado, e, agora, é em todas as semanas”, desabafou o deputado Marcon (PT-RS). Ele relatou que na semana passada, no sábado, houve fortes temporais na Região Sul, por onde um granizo passou, e muitas casas foram danificadas. “Ontem e hoje, da mesma forma. Em Porto Alegre a água subiu além do limite, entrando na cidade de Guaíba. Boa parte da cidade está debaixo da água, bem como as cidades de Eldorado do Sul, Nova Santa Rita, Canoas e assim por diante. No Vale do Taquari, faz 20 dias que houve prejuízo e mortes”, destacou.

Deputado Marcon. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Marcon relatou que está sempre em contato com o governo estadual, com a sociedade e com os prefeitos dos municípios atingidos. “Há solidariedade, que vem de muitos lugares do Brasil e do Rio Grande do Sul. E o nosso presidente Lula, por meio do governo federal, já liberou R$ 2 bilhões em uma ocasião e R$ 341 milhões em outra. E agora, nessa semana mais uma comissão de ministros vai ao estado para acompanhar de perto, conversar com todas as regiões, inclusive com a região da fronteira, e com os nossos pescadores, porque não há mais pesca, eles precisam de ajuda”, defendeu.

Ele agradeceu a todos que estão solidários com a situação, em especial ao governo federal. “O presidente Lula não fugiu do compromisso como a maior liderança deste País, como presidente da República. E o governo auxiliará até quando for preciso para recuperar a cidade, para ajudar os agricultores, para ajudar as empresas, para recompor os empregos, a micro e pequena empresa. Esse é o compromisso do nosso governo e do nosso mandato”, assegurou.

Porto Alegre alagada

Ao manifestar a sua preocupação, a deputada Reginete Bispo (PT-RS) informou que, depois da devastação que ocorreu no Vale do Taquari, no Vale do Caí, hoje boa parte de Porto Alegre está alagada. “As águas tomando conta da cidade. Isso nos desafia a pensar medidas urgentes e permanentes”, defendeu a deputada. Ela citou que a mudança climática tem assolado cidades, estados e países, e que as principais vítimas desses desastres ambientais são os pobres, são os que moram nas periferias, são os que moram nas áreas de risco. “Por isso, talvez as nossas cidades tenham tido dificuldade para enfrentar este tema. Em 2024, teremos eleições municipais. É importante os municípios incorporarem essa pauta, essa agenda, a agenda das mudanças climáticas”, sugeriu.

Para Reginete Bispo, é importantíssimo que se comece a pensar em investir em infraestrutura resiliente, ou seja, a infraestrutura que resista aos impactos das mudanças temáticas. “Precisamos ser capazes de recuperar o meio ambiente através de florestamentos, através de recuperação das vertentes das fontes de água, diferentemente do que muitos propagam, inclusive aqui nesta Casa, sobre o desmatamento, a devastação, sem levar em conta que isso está sendo prejudicial não só para nós humanos, não só para nós brasileiros, mas para todo o planeta”, afirmou.

Deputada Reginete Bispo. Foto: Gabriel Paiva

A deputada relembrou que o presidente Lula, na Assembleia Geral das Nações Unidas, se manifestou dizendo que a transição sustentável, as mudanças climáticas devem ser prioridade das Nações Unidas, devem ser prioridade de qualquer governante que está preocupado com o seu povo. “O nosso mandato está preocupado com isso, está comprometido com as mudanças necessárias no planeta, no nosso estado e no nosso Brasil. Não ao desmatamento. Não à negação da necessidade de resistirmos a reflorestar e recuperar o meio ambiente”, concluiu.

Impacto também na lavoura e na pesca

O deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) também se solidarizou com o povo gaúcho e agradeceu as manifestações de solidariedade dos brasileiros que têm externado solidariedade com as vítimas do Rio Grande do Sul, que há mais de 120 dias estão passando por situações sucessivas de ciclones, chuvas, chuvas de granizo, consequentemente com cheias nos rios, com um número significativo de mortes.

“Pessoas perderam suas casas, suas economias. As chuvas causaram impacto na lavoura e na pesca. Isso tudo não é uma situação pontual, aqui ou acolá. Nós temos visto isso tanto no Vale do Taquari quanto na Região Metropolitana e na zona litoral. No dia de hoje, também em Tramandaí, nas áreas ribeirinhas da Lagoa dos Patos, na Barra do Ribeiro, Arambaré, Tapes, chegando até o estuário, até o final da Lagoa dos Patos”, citou.

Deputado Alexandre Lindenmeyer. Foto: Gilmar Félix/Câmara dos Deputados

Ele destacou que na sua cidade, de Rio Grande, onde foi prefeito, todas as áreas marginais e áreas centrais estão ocupadas por águas. “Enfim, o Rio Grande do Sul tem sido impactado de forma sucessiva pelos efeitos climáticos”, disse.

Mudanças climáticas

O deputado Nilto Tatto (PT-SP) destacou que é gaúcho, embora tenha sido eleito por São Paulo. “Venho aqui a esta tribuna expressar minha solidariedade a todo o povo do Rio Grande do Sul, que vem sofrendo com esses eventos climáticos extremos. Já são 49 mortes, mais de 10 mil desabrigados, mas quero saudar o presidente Lula, que rapidamente se apresentou para poder socorrer aqueles que mais precisam neste momento”.

Ele também disse que era preciso refletir sobre as mudanças climáticas e questionou: “Quantas mortes mais serão necessárias, quantos eventos extremos mais serão necessários, quantas secas prolongadas, quantos furacões, quantos desmoronamentos, quantas pessoas desabrigadas serão necessárias para que esta Casa também compreenda que as mudanças climáticas são causadas pelo próprio modelo que nós humanos usamos para produzir os bens e serviços que consumimos?”.

Nilto Tatto enfatizou que era preciso cuidar da casa comum, como o Papa Francisco defende. “Cuidar da casa comum é cuidar de toda vida, de toda a diversidade; é manter a floresta em pé, manter a biodiversidade. Porém aqui a todo momento debate-se como não cumprir com a lei, não cumprir com o Código Florestal”, lamentou.

Deputado Nilto Tatto. Foto: Gustavo Bezerra

 

Vânia Rodrigues

 

 

 

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