Os deputados federais petistas Henrique Fontana (RS) e Elvino Bohn Gass (RS) e o senador Paulo Paim (PT-RS) solicitaram audiência com o ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Neto, para apresentar novas informações técnicas e pedir a retirada do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec S.A.) do processo de liquidação anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Para os parlamentares, abrir mão da empresa representa um grave erro estratégico, pois anuncia a renúncia do governo federal em apoiar a indústria de microeletrônica do País.
Os parlamentares lembram que poucos países dispõem desta capacidade, como EUA, China e Coreia do Sul, e que todos eles são apoiados fortemente por seus governos. No pedido de audiência, os deputados sugerem que os argumentos financeiros apresentados sejam mais bem avaliados diante do potencial econômico e tecnológico da Ceitec e reconhecem que é possível, e necessário, uma atualização na governança da empresa para que ela possa cumprir com mais eficiência sua missão. Mas esta medida, ressaltam, em nada dialoga com a proposta de liquidação anunciada pelo governo.
“O Brasil é um grande país e não pode ficar totalmente dependente de fornecedores externos para equipamentos e componentes microeletrônicos”, salienta Henrique Fontana. “A Ceitec é uma empresa estratégica. Analisar sua manutenção apenas do ponto de vista dos custos, é uma visão míope que despreza a opção por uma indústria limpa e de ponta. E os investimentos públicos feitos na empresa? E a mão de obra qualificadíssima que temos aí? Liquidar, definitivamente, não é solução”, reforça Bohn Gass.
Os parlamentares solicitam que possam participar da audiência representantes do setor empresarial da área de microeletrônica, dos trabalhadores, universidades e representantes do governo do estado do Rio Grande do Sul e da Prefeitura de Porto Alegre.
A Ceitec S.A.
A empresa pública foi criada por decreto presidencial em 2008 e atua na área de semicondutores, projetando e produzindo circuitos integrados e tags de identificação por radiofrequência (RFID). Sua fábrica é capaz de fazer dispositivos eletrônicos, ópticos e microfluídicos (envolvendo fluidos em microescala).
Assessoria de Comunicação