Parlamentares e Centrais Sindicais cobram do Banco Central a redução da taxa de juros

Deputado Lindbergh Farias, presidente da Frente Parlamentar contra os Juros Abusivos - Foto: Gabriel Paiva

Parlamentares que integram a Frente Parlamentar contra os Juros Abusivos e lideranças de Centrais Sindicais cobraram durante coletiva a imprensa, na tarde desta quarta-feira (21) no Salão Verde da Câmara dos Deputados, a redução imediata da Taxa de Juros Selic, fixada atualmente em 13,75% pelo Banco Central. Durante o ato, foi lembrado que o Brasil tem a maior taxa de juro real do mundo (descontado a inflação) – maior que 9%. Também foi defendido que o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central deveria ter responsabilidade e baixar a taxa Selic na reunião marcada para discutir esse tema no dia de hoje.

Na coletiva, o presidente da Frente Parlamentar contra os Juros Abusivos, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), ressaltou que, com a atual taxa de juros definida pelo Banco Central a União teve que pagar nos últimos 12 meses cerca de R$ 720 bilhões de juros para rolagem de sua dívida pública. Segundo ele, a alta taxa selic “dificulta o alcance do equilíbrio fiscal e retira recursos que poderiam ser aplicados em políticas públicas para beneficiar a população”.

“É inaceitável que o Banco Central mantenha essa taxa de juros em 13,75%, principalmente depois da inflação despencar a 3,94% no acumulado dos últimos 12 meses e termos uma expectativa de uma inflação neste ano menor do que 5%. Esperamos que nessa reunião de hoje, comece a redução de taxa”, disse o petista.

O parlamentar lembrou que a reclamação sobre a alta taxa de juros, a maior do planeta, não é uma questão política ou ideológica. Ele lembrou que recentemente o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Alencar, e empresários de vários setores, especialmente do varejo, como Luiza Trajano, da Magazine Luiza (Magalu), fizeram reclamações públicas sobre os juros escorchantes praticados no País.

Mobilização contra os juros altos

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que a mobilização da sociedade é importante para tentar sensibilizar o Banco Central sobre a importância da queda dos juros para o País.

 

“Essa Frente cumpre um papel importante para mostrar que não é possível manter essa taxa estratosférica de juros, ao mesmo tempo em que temos todos indicadores econômicos favoráveis para uma redução. Não é uma decisão técnica, mas sim uma decisão política manter essa taxa em um momento no qual a inflação e o dólar estão caindo. A população precisa se unir a nós para pressionar por essa redução”, disse a petista.

A deputada Gleisi Hoffmann defende mobilização popular pela queda dos juros – Foto: Gabriel Paiva

Críticas a Campos Neto

O líder da Federação PSOL-Rede, deputado Guilherme Boulos (SP), atacou diretamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de deliberadamente estar boicotando o crescimento do País para prejudicar o governo Lula.

“Isso não é taxa de juros, é uma agiotagem do mercado financeiro. O presidente do Banco Central se comporta como um cavalo de Tróia, sabotando o crescimento do País. Campos Neto não pode se colocar contra o parlamento, as forças sociais e até o setor produtivo, que desejam a redução da taxa de juros”, afirmou.

Representando o PDT, o deputado Mauro Benevides Filho (CE) apresentou número que comprovam que a atual Taxa Selic não tem justificativa. Ele explicou que, na condição de professor da Universidade Federal do Ceará fez um estudo sobre a real taxa de juros que o Brasil necessitaria para se adequar a atual meta de inflação, estipulada em 3,25%. Segundo ele, no limite a Taxa Selic no Brasil poderia estar em 11%, muito acima dos atuais 13,75%. “Esses 2,75% a mais representam R$ 190 bilhões no pagamento de juros da dívida pública”, explicou.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues – representando a entidade nacional – destacou o prejuízo causado aos trabalhadores com a atual política de juros altos do Banco Central. “Essa política de juros alto atinge diretamente a classe trabalhadora, que depende, por exemplo, de financiar a compra de uma geladeira ou de um automóvel, por exemplo. E também prejudica o setor produtivo, que prefere investir no mercado financeiro do que na produção, gerando menos empregos no País”, protestou.

Outros partidos também contra os juros altos

E como demonstração de que a campanha contra os juros altos não é exclusividade da esquerda, representantes de partidos de centro e centro-direita também participaram do ato na Câmara. O deputado José Nelto (PP-GO), por exemplo, criticou os juros altos e cobrou mais transparência do Copom ao anunciar os motivos pelos quais mantem a Taxa Selic tão alta.

“Essa posição do Copom não é transparente, porque é sempre tomada a portas fechadas e com membros nomeados pelo governo anterior. Queríamos muito que essa reunião fosse aberta, para o Congresso e a sociedade assistirem. Temos uma inflação de deverá chegar, no máximo a 5%, e temos juros de 13,75%. Isso é querer quebrar o setor produtivo do País”, acusou o parlamentar.

Na mesma linha, o deputado Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT) desmistificou a argumentação do Banco Central, de que a taxa de juros está alta para controlar a inflação. Ele explicou que a inflação no Brasil é atrelada principalmente ao valor dos combustíveis e ao dólar, que estão em queda no País.

Pedro Uczai e Florentino Neto também defendem a redução da taxa de juros – Foto: Gabriel Paiva

“É bom lembrar que esta taxa de juros acima dos 13% foi adotada quando tínhamos uma inflação que estava ultrapassando 10%, no governo passado. Hoje, temos uma inflação de 3,94%. Então qual é a justificativa? Isso (juros altos) só estoura na vida dos brasileiros, que não conseguem emprego porque o empresário não tem como financiar o aumento da capacidade de produção. Se não temos um crescimento maior da economia atualmente, a culpa é dessa alta taxa de juro”, criticou o deputado.

Ainda se pronunciaram no ato os deputados Pedro Uczai (PT-SC), Florentino Neto (PT-PI), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Nilza Pereira, da Intersindical. Os deputados Merlong Solano (PT-PI) e Tadeu Veneri (PT-PR) também participaram do evento.

 

Héber Carvalho

 

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