Integrantes da Comissão de Seguridade Social e Família e da bancada feminina da Câmara estiveram na cidade goiana de Formosa, nesta semana, para acompanhar de perto o caso de Fernanda Porto, assassinada a facadas, em 2011, pelo companheiro, Paulo César Loyola.
A jovem de 25 anos sofreu duas perfurações no peito e morreu no apartamento onde morava. O filho dela, à época com 3 anos de idade, estava no quarto ao lado. A polícia acredita que o crime possa ter sido motivado por ciúmes. O julgamento está marcado para esta sexta-feira (18).
A deputada Erika Kokay (PT-DF) observou que a visita foi um pedido da família da vítima e que os parlamentares conversaram com autoridades locais e participaram de uma audiência pública na Câmara Municipal de Formosa para debater o problema da violência. “Estamos acompanhando o julgamento porque não vamos admitir qualquer tipo de impunidade. A impunidade naturaliza a violência, provoca medo nas pessoas”, afirmou Kokay.
Levantamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher confirmou que Formosa detém o triste recorde desse tipo de crime no estado de Goiás. No ranking nacional, é a vigésima cidade mais violenta, com taxa de 14 assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres. A média nacional é de 4,4 assassinatos.
Esses dados surpreenderam o juiz da comarca de Formosa, Fernando Oliveira, que culpou a omissão do governo local pela situação. “O resultado da pesquisa nos deixa em uma posição desconfortável, mas nada mais é do que reflexo da ausência de políticas públicas adequadas e voltadas ao ser humano”, disse.
Coordenadora da bancada feminina, a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) lembrou que a presença dos parlamentares na cidade serviu também para chamar a atenção das autoridades. Ela defendeu a construção de uma rede integrada formada pelo Poder Público e a sociedade para enfrentar a violência doméstica. “Uma rede de paz e de cultura da não violência em cada cidade.”
A deputada Marina Sant’Anna (PT-GO) também integrou a comitiva.
Agência Câmara
