O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) apresentou nessa terça-feira (19) ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Weder de Oliveira, requerimento com questionamentos que desmascaram a versão apresentada pelo Ministério da Defesa para justificar a compra de 35.320 unidades de Viagra para as Forças Armadas. O parlamentar informou ao ministro responsável pela investigação do escândalo que a dosagem dos comprimidos utilizados para tratamento de hipertensão pulmonar – alegação do governo – é diferente da compra realizada, e que o uso diário do medicamento nesse caso daria para tratar apenas 45 pacientes em um ano.
“Estamos encaminhando informações que mostram que quando o SUS compra o medicamento para tratamento de hipertensão pulmonar, é na dosagem de 20 miligramas, e não de 25 ou 50 miligramas, que são os comprimidos para disfunção erétil. Mostrei também que, como para hipertensão pulmonar o uso é diário, ao longo de um ano esses comprimidos comprados tratariam no máximo 45 pacientes. Queremos saber onde estão esses 45 pacientes, se os serviços foram prestados e quem prescreveu, para desmascararmos essa mamata do Viagra”, destacou.
Diante dessas informações, o requerimento endereçado ao ministro do TCU apresenta indagações acerca da quantidade de pacientes que fazem o uso desse medicamento na Forças Armadas, a existência de controle dessas receitas médicas, quais profissionais prescreveram e o valor da compra dos comprimidos de Viagra e a identificação das empresas fornecedoras.
Investigação no TCU
Durante a reunião com o deputado Alexandre Padilha, o ministro Weder de Oliveira prometeu que vai incorporar os questionamentos à investigação já iniciada pelo TCU.
O parlamentar petista também apresentou um Requerimento de Informação endereçado ao Ministério da Defesa com as mesma indagações sobre a compra dos mais de 35 mil comprimidos de Viagra.
Héber Carvalho