Ódio, intolerância, violência e conflito marcam postura de Bolsonaro na eleição, criticam petistas

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (30) para parabenizar as forças que nestas eleições se unificaram em uma ampla aliança em defesa da democracia brasileira, em defesa de um País que continue respeitando a Constituição e que garanta a pluralidade de opiniões e de opções religiosas no Brasil. “Infelizmente, estas não são as características do presidente eleito no último domingo. Bolsonaro representa esta visão da política feita com o conflito, o ódio, a intolerância, a defesa da ditadura e, infelizmente, para além de tudo isso, a defesa da tortura”, lamentou.

Na avaliação do deputado Fontana, o Brasil decidiu em uma eleição que marcará muito negativamente a nossa história. “Primeiro, foi uma eleição pautada pelo discurso do ódio, da intolerância e da violência. Segundo, foi uma eleição marcada por um novo mecanismo de manipulação de resultados eleitorais, que foi o uso extenso de caixa dois, de dinheiro sujo, para financiar uma rede de mentiras, especialmente utilizando o mecanismo do WhatsApp contra o nosso candidato a Presidente, contra outros candidatos que compuseram essa ampla aliança”, explicou.

Henrique Fontana aproveitou para cumprimentar os 47 milhões de eleitores que compuseram essa grande frente pela democracia e anunciou que essa união vai prosseguir. “Vai continuar porque nós não permitiremos que o Brasil caia nas mãos de um governo fascista, sem a resistência daqueles que defendem um processo plural de democracia”, reforçou.

O deputado do PT gaúcho destacou ainda que os 89 milhões de eleitores que não votaram em Bolsonaro têm que ser absolutamente respeitados no seu direito de exercer as suas opiniões, de viver num País livre, onde não há nenhum tipo de perseguição. “Nós que estamos aqui como parlamentares eleitos, nesta frente de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, estaremos atuando com toda a firmeza na defesa das liberdades democráticas do povo brasileiro. Como disse Fernando Haddad, não tenhamos medo. Vamos continuar defendendo as nossas ideias e resistindo ao fascismo”.

Fake News – O deputado Pepe Vargas (PT-RS) também avaliou o resultado das eleições e destacou os 47 milhões de votos que Fernando Haddad recebeu da população brasileira. Ele alertou, no entanto, que ainda existem questões que precisam de respostas por parte do Poder Judiciário, da Justiça Eleitoral. “É preciso que se investigue a fundo a denúncia publicada pela Folha de S.Paulo de que empresas pagaram por serviços de impulsionamento em massa nas redes sociais, mais especificamente no WhatsApp, para transmitirem mensagens falsas (fake news) a respeito de Fernando Haddad”.

Pepe Vargas citou ainda que hoje uma pesquisa mostra que um número significativo de pessoas deu crédito a diversas fake news, como a questão do kit gay, como a apologia ao incesto ou algo do gênero. “Isso tem que ser investigado. Se empresas, de fato, contrataram esses serviços, cometeram crime eleitoral, esse crime eleitoral precisa ser investigado, e os responsáveis por ele devem ser punidos na forma da lei”, defendeu.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) concordou com as argumentações do deputado Pepe Vargas e reforçou: “Tivemos uma eleição que foi coalhada de irregularidades, uma eleição que foi construída através de uma narrativa cheia de mentiras. Uma eleição que contou de forma muito explícita com instrumentos que estão dentro da condição de crime eleitoral. Ela citou como exemplo o financiamento empresarial e o caixa dois.

“Foi uma eleição com caixa dois, mas uma eleição onde o Brasil teve que conviver, e convive hoje, com um preso político. Tiveram que tornar Lula inelegível. Isso não foi suficiente. Tiveram que prender Lula, depois silenciar Lula, para poder fazer com que a direita impusesse o seu programa, que é um programa de recrudescimento das medidas do governo ilegítimo de Temer de Estado mínimo para o povo brasileiro, para trabalhadores e trabalhadoras”, lamentou.

Venezuela – Também da tribuna, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) criticou o uso de caixa 2 e os fake news disparados pela campanha de Bolsonaro. O deputado relembrou ainda que o presidente eleito, em vários momentos da campanha, acusou o PT de ser chavistas, de tentar transformar o Brasil numa Venezuela. “No entanto, na sua primeira entrevista, ele (Bolsonaro) demonstra sua intenção de transformar o Brasil numa Venezuela, perseguindo os meios de comunicação. É lamentável o que ele diz em relação ao jornal Folha de S.Paulo. Portanto, quero aqui repudiar a sua manifestação, porque eu defendo a liberdade de imprensa neste País”, afirmou.

Vânia Rodrigues

 

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