No Dia Nacional da Imunização, parlamentares denunciam atraso na vacinação contra a Covid

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Os deputados petistas José Airton Cirilo (CE), Leo de Brito (AC) e Paulo Guedes (MG), utilizaram a tribuna da Câmara nesta quarta-feira para destacar o Dia Nacional de Imunização, comemorado em 9 de junho, para lembrar a todos da importância de se vacinar. Os parlamentares enfatizaram que neste ano a data, criada para lembrar do papel das vacinas na prevenção de doença, ganha ainda mais importância com as quedas na cobertura vacinal no País nos últimos anos e, principalmente, com o atraso na vacinação contra a Covid-19.

“Esta data tem uma importância muito grande hoje, porque nós precisamos conscientizar a população sobre a importância da vacinação contra as doenças, para diminuir as enfermidades, sobretudo, a caxumba, o sarampo, o tétano, a gripe e outras e agora, principalmente, para o combate ao coronavírus”, afirmou o deputado José Airton.

O parlamentar do PT do Ceará lamentou o fato de o País estar muito atrasado em relação à vacinação contra o coronavírus. “O Brasil só vacinou até agora em torno de 24% da população brasileira, um total de 23 milhões receberam a segunda dose da vacina, correspondendo a apenas 11% da população. No Ceará, nós chegamos à marca de mais de 3 milhões de doses aplicadas e estamos em torno também de 11,84% da população, muito aquém”, criticou.

Na avaliação de José Airton, esse atraso ocorre em função da irresponsabilidade do governo Bolsonaro, “que se omitiu na aquisição das vacinas, inclusive em dezenas de pedidos que foram formulados pelas empresas, pela Pfizer, para a aquisição pelo governo brasileiro e o governo se negou, não deu importância, como até hoje Bolsonaro, com essa visão criminosa, negacionista, tem levado a esse genocídio de mais de 470 mil pessoas vindo a óbito no País, por irresponsabilidade, por omissão”, protestou.

Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

Sem comemoração

O deputado Paulo Guedes também lamentou o atraso na vacinação e destacou que no País não existem motivos para celebrar a data. “Infelizmente, no Brasil, não temos o que comemorar, pois aqui temos um completo desgoverno que não cuida da saúde da população. Portanto, vamos fazer desta data um dia de luta, um dia de resistência. Vacina já para todos! É disso que o Brasil precisa. Estamos há 6 meses do início da vacinação contra a Covid no Brasil, e apenas 11% dos brasileiros tomaram as duas doses”, criticou.

Paulo Guedes citou a CPI da Covid, que está em curso no Senado. Ele avaliou que uma das principais perguntas que essa investigação precisa responder é: quantas mortes poderiam ter sido evitadas, se o governo Bolsonaro tivesse comprado vacinas contra a Covid, quando elas foram oferecidas pelos fabricantes? “Bolsonaro recusou 11 vezes 11 ofertas para a compra de vacinas. Recusou vacina em 2020 pela metade do preço”, denunciou.

O deputado do PT mineiro destacou ainda que o Brasil já foi referência em vacinação. “Vamos lembrar, quando o presidente Lula enfrentou a pandemia do H1N1, nós conseguimos vacinar metade da população em 90 dias, e o povo brasileiro nem sentiu o efeito daquela pandemia. Ao contrário de Bolsonaro, que acredita na imunidade de rebanho e em medicamentos sem nenhuma comprovação científica, Lula sempre acreditou na ciência”, conclui Paulo Guedes, elogiando o Sistema Único de Saúde. “Viva o SUS! Vacina, sim! Bolsonaro, não!”.

Deputado Paulo Guedes  Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Vacina Janssen

O deputado Leo de Brito frisou que a questão da vacinação continua sendo uma preocupação no País. “Eu estou muito preocupado, porque o governo tem procurado investir nas vacinas, aumentar a vacinação no País, mas está descobrindo, no Plano Nacional de Vacinação, a vacinação para outras doenças. Já estamos vendo a proliferação de doenças como sarampo, poliomielite, febre amarela, dentre outras”, alertou.

Leo de Brito também se mostrou preocupado com essa notícia de que a vacina da Janssen vai chegar ao País com prazo de validade para o dia 21 de junho, “e nós podemos ter perda de vacina”.

O deputado ainda citou uma denúncia, que ele considerou gravíssima, feita ontem na Assembleia Legislativa do seu estado, pelo deputado Daniel Zen. “Primeiro, o Acre é o último colocado em vacinação; pouco mais de 6% da população vacinada. Faz tempo que estamos oscilando entre os últimos colocados. Porém, o estado recebeu mais de 359 mil vacinas, e só foram aplicadas 202 mil. Nós estamos falando de 157 mil vacinas que não foram aplicadas. E nós estamos vendo o aumento das mortes. O governo estadual, que está gastando rios de dinheiro, inclusive, que estão indo pelo ralo da corrupção, deveria fazer uma busca ativa para saber o que que está acontecendo”, defendeu.

Leo de Brito fez um apelo para que o governo do Acre faça uma campanha massiva e que vacine todos no seu estado. “Nós queremos que todo mundo se vacine”, concluiu.

Deputado Leo de Brito Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Vânia Rodrigues

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