Os três poderes devem compartilhar responsabilidades e pensar soluções conjuntas para superar a crise climática e iniciar uma nova era de regeneração florestal e preservação ambiental.
Mais uma semana em que os incêndios ambientais seguem atingindo nosso País e, dessa vez, ficou evidente o caráter criminoso de muitas dessas queimadas. As cenas divulgadas de flagras de câmeras mostrando pessoas ateando fogo de forma proposital provocam um misto de raiva, tristeza e perplexidade. Tenho certeza que você deve ter comentado ou escutado de alguém como podem ter coragem de fazer isso em meio a um tempo seco e sem chuvas, piorando a vida de todo mundo além dos danos incalculáveis à natureza?
A Polícia Federal, assim como Polícias Civis dos estados, estão investigando essa ação criminosa coordenada nacionalmente e a hipótese de tais crimes serem fruto de motivação política, como forma de criar um caos social e fragilizar o governo do presidente Lula, não está descartada, o que torna tudo ainda pior, pois causar danos coletivos ao meio ambiente e à saúde pública para prejudicar um grupo político mostra falta de caráter, fanatismo e sobretudo, desrespeito à vida animal e humana. Não é à toa que a ministra Marina Silva vem chamando esses episódios de terrorismo ambiental.
O fato é que tenho denunciado há tempos em meus discursos na Câmara dos Deputados que o Congresso Nacional de maneira geral tem se comportado da mesma forma que os criminosos ambientais.
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A pauta antiambiental continua avançando em várias frentes. Só em 2024 foram aprovadas leis no Plenário ou em comissões temáticas da Câmara e Senado que reduzem vegetação nativa, permitem mineração em áreas de preservação permanente, afrouxam regras do Código Florestal e facilitam a aprovação de novos agrotóxicos. A consequência prática é o aumento de práticas destrutivas ao Meio Ambiente, algumas delas com aspecto de legalidade.
O Brasil precisa de união nacional em torno do tema. Os três poderes, em todas as esferas, devem compartilhar responsabilidades e pensar soluções conjuntas, com participação social e empresarial, para superar a crise climática e iniciar uma nova era de regeneração florestal e preservação ambiental como referência nacional. Não há porque adiar isso!
Nilto Tatto é deputado federal (PT/SP)