MP revela que miliciano ficava com parte de salários de ex-assessores de Flávio Bolsonaro

A trama de lavagem de dinheiro e ‘rachadinha’ que envolve Flávio Bolsonaro (sem partido), sua esposa Fernanda Bolsonaro, Fabrício Queiroz e outros ex-assessores da Alerj não para de revelar mais detalhes criminosos. Segundo reportagem do UOL, o Ministério Público do Rio de Janeiro apurou que o ex-PM e chefe da milícia ‘Escritório do Crime’, Adriano Magalhães da Nóbrega, também recebia parte dos valores arrecadados através da ‘rachadinha’ no gabinete do filho 01 de Bolsonaro.

Além disso, a investigação mostra que Queiroz não agiu sem conhecimento de seu superior hierárquico direto, de acordo com MP. Ou seja, integrantes da família Bolsonaro podem ter tido conhecimento das relações de Queiroz com a milícia e do esquema de recolher parte dos salários de funcionários do gabinete de Flávio na Alerj.

Habeas Corpus

O líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), destacou em sua conta no Twitter que a defesa de Flávio Bolsonaro entrou com Habeas Corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal. “O caso, que tramita sob sigilo, está sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes”, completou.

Em outro post, Pimenta provocou: “E aquela história de ‘bandido bom é bandido morto’… A extrema-direita vai continuar usando esse bordão hipócrita e medieval? ”, indagou.

Paulo Pimenta ainda questiona se alguém acredita que Wilson Witzel (governo do Rio de Janeiro) só soube do vínculo de Bolsonaro com o crime organizado das milícias agora? “Alguém acredita que qualquer autoridade no Rio de Janeiro ignora isso? Por que não agiram antes? ”, protestou.

E futuro líder da bancada, deputado Enio Verri (PT-PR), também em sua conta no Twitter, ironizou afirmando que os Bolsonaro são muito azarados. “O suspeito de matar Marielle Franco, Anderson Gomes e homenageado pelo então deputado estadual e atual senador, Flávio Bolsonaro, é suspeito de, também, receber salários da rachadinha denunciada pelo MP. Aliás, o ministro Moro já se pronunciou? ”, indagou.

Revelações assustadoras

Também em sua rede social, o deputado Bohn Gass (PT-RS), afirmou que são cada vez mais contundentes e assustadoras as revelações do inquérito do Ministério Público contra Flávio Bolsonaro. “A cada hora, surge uma nova evidência dos crimes [peculato/lavagem de dinheiro/ocultação de patrimônio/organização criminosa] dos quais Flávio é suspeito”.

Em outro post, Bonh Gass afirma que Flávio Bolsonaro cada vez mais enrolado. “Ministério Público descobriu que com a venda de 2 apartamentos, Flávio teria obtido um lucro de quase 300% quando a valorização dos imóveis na região (Copacabana) não passou de 11% no ano do negócio. Vale lembrar: lavar dinheiro é crime”, frisou.

E a deputada Natália Bonavides (PT-RN) afirmou que “é uma coalizão perigosíssima: bolsonarismo, miliciano, terraplanista, Moro, Paulo Guedes… É para destruir o País”.

Ramificações com as milícias

Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG) são escandalosas as ramificações dos Bolsonaros com milícias. “A ponto de participarem das rachadinhas comandadas por Queiroz. O Brasil tem o direito de saber a verdade. Que esse relacionamento da família Bolsonaro com milícias seja esclarecido”, pediu.

E o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) reforçou que “as decisões de Queiroz passavam por Flávio Bolsonaro”, conforme o Ministério Público apurou.

“Pequenos problemas”

Indignado, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), criticou a atitude o presidente Jair Bolsonaro em minimizar as acusações contra seu filho Flávio, chamando de “pequenos problemas” as descobertas do Ministério Público.  “Diálogos indicam que a família Bolsonaro sabia da ligação de assessora com chefe da milícia Adriano Nóbrega, o chefe do Escritório do Crime, acusado de participar do assassinato da Marielle, amigo de Queiroz. Sua ex-mulher era assessora do Flavio Bolsonaro. Ele ficava com parte dos recursos da rachadinha do gabinete do filho 01”, ressaltou.

Fontana ainda destacou, em outra publicação em sua conta no Twitter, nota da coluna Radar/Veja na qual o ministro da Justiça, Sérgio Moro, avalia que 2019 foi bom para governo: ‘Não tivemos nenhum escândalo de corrupção’.

E o deputado Joseildo Ramos (PT-BA) destacou que Bolsonaro foi eleito alardeando que ia acabar com a corrupção. Que o problema era dele. “Agora, Flávio Bolsonaro está sendo investigado por corrupção. O problema não é mais dele. É, seu Jair… Agora já não adianta negar a paternidade. Toma que o filho é teu. Literalmente”, provocou.

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) também criticou: “E para Bolsonaro, tudo isso é um ‘problema pequeno’”. Ele ainda lembrou que o filho mais novo de Bolsonaro namora com a filha do Ronie Lessa – acusado do assassinato da vereadora Marielle Franco.   “Meu Deus! O que é essa família? Todos estão ligados. Eram vizinhos, empregavam milicianos e familiares de milicianos em seus gabinetes, pagavam com dinheiro público esses funcionários fantasmas, tinham esquema de rachadinha, duas homenagens ao miliciano assassino”, indignou.

E a deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou que o MP do Rio está desnudando uma organização criminosa envolvendo o clã Bolsonaro que tem o Queiroz como pivô. “Bolsonaro diz que não tem nada com isso, mas nunca explicou repasses de dinheiro do Queiroz à primeira dama. O presidente deve, sim, explicações ao povo brasileiro”, cobrou.

Busca e apreensão

A Promotoria pediu à Justiça do Rio mandados de busca e apreensão e quebras de sigilos. A investigação já teve acesso a diálogos entre Adriano e Queiroz, apontado como operador financeiro no esquema do gabinete de Flávio. Segundo o MP-RJ, o chefe da milícia de Rio das Pedras interveio junto a Queiroz na tentativa de manter sua ex-esposa Danielle Mendonça da Costa nomeada como assessora fantasma e admitiu que era beneficiado por parte dos recursos desviados por parentes dele também nomeados na Alerj.

Meses atrás, a investigação também encontrou conversas entre Queiroz e Danielle, em que o ex-assessor demonstrava que havia preocupação por parte do clã Bolsonaro de que o vínculo dela com o miliciano se tornasse público, como detalha outra reportagem do UOL. A preocupação explicitada por Queiroz é mais uma prova de que os Bolsonaros sabiam do envolvimento da funcionária com membros da milícia do Rio de Janeiro.

Os deputados petistas Arlindo Chinaglia (SP), Alexandre Padilha (SP), João Daniel (SE), José Guimarães (CE), Odair Cunha (MG), Pedro Uczai (SC), Paulão (AL), Professora Rosa Neide (MT), Paulo Guedes (MG) e Rogério Correia (MG).

 

Relembre as denúncias que vieram à tona nas últimas 24 horas:

 

Da Agência PT de Notícias

 

 

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