Após mais de quatro horas de debates, na quarta-feira (22), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, mostrou mais uma vez despreparo e confrontou parlamentares e representantes do movimento estudantil, em audiência na Comissão de Educação na Câmara Federal. “Temos um ministro que não aceita opiniões divergentes e não reconhece o que foi feito historicamente pela educação brasileira”, lamentou a deputada Professora Rosa Neide (PT), uma das proponentes do requerimento da audiência pública com o ministro de Bolsonaro.
A deputada alertou o ministro sobre a necessidade de construir políticas de Estado e não de governo. “Independentemente da posição partidária, nós lutamos para que a educação brasileira avançasse e fosse respeitada. É um crime ele continuar afirmando que não existem cortes. A verdade é que nós temos cortes, sim, o dinheiro sumiu do sistema das instituições. Se fosse contingenciamento, eles seriam bloqueados”, denunciou.
“Na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o corte foi de R$ 34 milhões e no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) R$ 31 milhões. Até agora o Weintraub não justificou a necessidade dos cortes”, disse Rosa Neide.
Avanços não reconhecidos
Ainda na audiência, Rosa Neide lembrou o ministro dos avanços no campo educacional que ele insiste em ocultá-los. “Em 2002 o Brasil tinha um percentual de 14% das crianças de 0 a 3 anos matriculadas e esse número cresceu para mais de 30% durante os governos do PT. Já em 2002, foram atendidas 67% das crianças com a faixa etária entre 4 e 5 anos. E em 2015, 90% foram assistidas. São avanços como esses que precisam acontecer. É esse passo que precisa ser dado”, afirmou a petista.
Descontente com a exposição de Weintraub a parlamentar fez questão de corrigi-lo. “O senhor disse que o ensino superior privado avançou, mas esqueceu de citar que o estímulo desse crescimento aconteceu devido ao Programa Universidade Para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), programas que garantiram o direito ao ensino”.
Confronto com estudantes
Em diversos momentos da reunião, o ministro foi evasivo com os parlamentares, e, no fim, se recusou a ouvir os representantes de entidades estudantis. “É lamentável que alguém assim esteja à frente do MEC. Como pode um ministro não ter educação nem para ouvir os estudantes?”, lamentou Rosa Neide.
Assessoria de Comunicação