Causou revolta nas redes sociais o “anúncio” do apresentador Luciano Huck, da Rede Globo, sugerindo um “príncipe encantado” estrangeiro às mulheres brasileiras. Huck publicou, em suas páginas no Twitter e no Facebook, bem como no site da Globo.com, aviso que foi considerado um estímulo ao turismo sexual, que, por sua vez, alimenta as redes de tráfico e exploração sexual de mulheres e de crianças e adolescentes.
“Carioca? Solteira? Louca para encontrar um príncipe encantado entre os “gringos” que estão invadindo o Rio de Janeiro durante a Copa? Chegou a sua hora… mande fotos e pq vc quer um gringo ‘sob medida’ este email: [email protected]”, diz o “anúncio” do apresentador no Facebook. Todas as postagens com o “anúncio” foram apagadas tão logo emergiu a repercussão negativa.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-titular da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, usou sua conta no Twitter para protestar contra a proposta. “O governo federal preparou cada ação da Copa para prevenir exploração sexual. Bloqueou entrada de estrangeiros [procurados por crimes de pedofilia e/ou exploração sexual] e buscou mudar ideia sobre Brasil. Mas aí vem a Globo e durante a Copa reforça discurso de preconceito contra as mulheres brasileiras. Profissional e empresa devem se explicar”, cobrou a parlamentar.
“Tem que avisar comunicador da Globo que brasileiras sonham e realizam mais em suas vidas do que ele pensa: estudam, trabalham e até dirigem o País”, acrescentou Maria do Rosário.
A ex-ministra se referiu ainda ao episódio envolvendo a multinacional Adidas, que chegou a produzir camisetas com apelo sexual em relação às mulheres brasileiras, mas voltou atrás, cancelou as vendas e se retratou pela iniciativa. “Espera-se da Globo o que a Adidas teve que fazer: retratar-se pela absurda ideia de que toda mulher e menina do Brasil está disponível para qualquer gringo”, disse a deputada gaúcha.
Por conta do “anúncio”, Luciano Huck e a emissora foram denunciados, pelos blogs O Cafezinho e Megacidadania, ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por crime de exploração sexual.
Rogério Tomaz Jr.
Ouça também na Rádio PT