Parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta terça-feira (16) para comemorar o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) do petróleo e combustíveis derivados, anunciada hoje pela Petrobras. “Hoje é um dia para nós comemorarmos, porque aquilo que o presidente Lula disse na campanha, de abrasileirar o preço dos combustíveis, hoje começa a se tornar realidade”, afirmou o deputado Helder Salomão (PT-ES).
O parlamentar destacou que hoje, além de o governo acabar com a Política de Paridade Internacional, anuncia, junto com isso, uma redução de R$ 0,44 no preço do diesel e de R$ 0,40 no preço da gasolina e de R$ 15 no preço do botijão de gás. “Isso, sim, é política para a população que mais precisa. Porque quando o governo anunciou que a Petrobras deu lucro, deu lucro para quem? Deu lucro para os acionistas, especialmente para os acionistas estrangeiros, que ganharam muito dinheiro, ou seja, a Política de Paridade Internacional beneficiou os acionistas, minoritários, e prejudicou a maioria da nossa população”, criticou.
O deputado Paulão (PT-AL) também falou sobre o preço abrasileirado do combustível. “Esse é um compromisso do presidente Lula com o povo brasileiro, e que tem uma expressão fundamental, Lula abrasileirou os preços dos combustíveis. Quero falar dessa importância para o povo, que vai ter qualidade de vida, maior poder de consumo”, afirmou.
O resultado do fim do PPI, na prática, segundo Paulão, significa que a gasolina terá uma redução de 12,6%; o do diesel, de 12,8%; o do gás de cozinha, de 21,3%, ficando abaixo de R$ 100 em diversos lugares do Brasil.
Corrigindo injustiça
Na avaliação do deputado Kiko Celeguim (PT-RS), o governo Lula está corrigindo uma grande “discrepância” e “injustiça” com a sociedade brasileira. Ele relembrou que a paridade começou em 2016, depois do golpe que retirou a presidenta Dilma do poder. “O governo à época estabeleceu que o preço dos combustíveis negociados aqui no Brasil, pela Petrobras, teria paridade no dólar. Ora, mas o povo brasileiro não ganha em dólar, o salário mínimo não é reajustado em dólar, os preços do mercado e os ganhos não são reajustados em dólar. Isso causou pobreza, inflação e grande injustiça”, lembrou.
Portanto, continuou Celeguim, “hoje o presidente anunciou o fim da política e uma redução brusca nos preços dos combustíveis”. Ele frisou que lá atrás, antes dessa política, a gasolina custava R$ 3,75 e o óleo diesel R$ 2,99. “E chegaram a custar, no governo Bolsonaro, o absurdo de R$ 7,60 o preço do litro da gasolina e R$ 7,28 o óleo diesel”, criticou.
O deputado enfatizou que o governo Lula tem compromisso econômico, mas, principalmente, social. “Hoje nós temos um combustível que está caminhando para um valor civilizado, que caiba no bolso do trabalhador brasileiro, das empresas nacionais, e não sendo irresponsável por ter uma redução eleitoreira, ou seja, que está garantindo a capacidade de arrecadação da União, dos estados e dos municípios”, afirmou. Celeguim se referiu a retirada da carga tributária dos impostos dos combustíveis feito eleitoralmente por Bolsonaro no segundo semestre do ano passado.
Data histórica
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) considerou histórico o anúncio do fim do PPI, e observou que isso, na prática, significa o enfrentamento de uma lógica que elevou o preço dos combustíveis e do gás de cozinha e que praticamente paralisou o próprio desenvolvimento da Petrobras como empresa importante para a Nação brasileira, para o desenvolvimento do Brasil, associada que é a todas as áreas econômicas importantes.
“A medida representa um importante passo, porque, mais uma vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre o compromisso democrático, de cidadania, o compromisso que ele assumiu no período eleitoral. Há que se valorizar quem usa da palavra no período eleitoral e que usa da caneta, dos gestos e dos atos políticos que tem sob seu comando quando está no governo, para ser coerente com aquilo que se comprometeu”.
É fundamental dizer ainda, segundo a deputada, que no governo anterior, houve repasse de recursos para os acionistas na ordem de R$ 470 bilhões, mas o litro da gasolina para os brasileiros e brasileiras ultrapassou os R$ 8 na bomba, em alguns momentos. “Isso significa que, enquanto os acionistas recebiam muito e dividiam lucros, o povo brasileiro pagava esses lucros e o Brasil diminuía seu potencial de crescimento”.
A nova política de preços, segundo Maria do Rosário, assegura uma Petrobras mais sintonizada com as necessidades que o Brasil tem, que é também diminuir o preço dos alimentos, porque tudo que move este País passa pelo diesel, também passa pelos caminhões, também passa pelas rodovias e passa pela política de preço dos combustíveis.
Nova política da Petrobras
Ao comemorar o fim da política de Preço de Paridade de Importação, o deputado Joseildo Ramos (PT-BA) explicou que a nova política de preços não está descasada do mercado externo. “Ela vai colocar a Petrobras de frente para o competidor, dentro do Brasil, administrando preços globais e os preços praticados na extração, na produção, no refino feitos aqui”. Ele acrescentou que as distribuidoras são competidoras da Petrobras, “e a estatal quer saber qual é o custo alternativo do seu cliente, para poder se expor e vender mais e melhor, com lucro. O importador vai ter que ter um combustível mais barato lá fora do que aquele extraído pela Petrobras”, argumentou.
Na avaliação do deputado Joseildo, “isso é a Petrobras cumprindo o seu papel de empresa majoritária, segundo os interesses do povo brasileiro”. Ele frisou que o preço de paridade internacional nada mais era do que a criação de um ambiente artificial dolarizado aqui “para acelerar o compromisso de quem governava com as grandes petroleiras de fora do Brasil, matando por inanição a Petrobras. Criava um ambiente artificial, no qual o diesel, responsável por uma cadeia longa de preços dos alimentos básicos, repercutia na inflação”.
Também usaram a tribuna para comemorar o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) os deputados Airton Faleiro (PT-PA), Carlos Zarattini (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF), Florentino (PT-PI), João Daniel (PT-SE), Jorge Solla (PT-BA), Marcon (PT-RS), Merlong Solono (PT-PI), Padre João (PT-MG), Pedro Uczai (PT-SC), Reginaldo Lopes (PT-MG), Tadeu Veneri (PT-PR), Valmir Assunção (PT-BA), Welter (PT-PR), Waldenor Pereira (PT-BA) e Zé Neto (PT-BA).
Vânia Rodrigues