Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Luiz Couto (PT-PB)manifestou solidariedade ao povo Guarani-Kaiowá pela morte da índia Marinalva Manoel. Ela foi assassinada, no início deste mês, com 35 facadas e o corpo foi deixado às margens da BR-163, em Dourados, Mato Grosso do Sul.
“Presto minha solidariedade à dor do povo Guarani-Kaiowá. Sua luta é nossa luta. Queremos a demarcação já”, afirmou o petista.
De acordo com Luiz Couto o assassinato da líder indígena tem relação com o conflito de terra na região. “Há cerca de 15 dias, Marinalva compôs uma comitiva que esteve aqui em Brasília em defesa dos direitos territoriais dos índios Guarani-Kaiowá. Na ocasião, ela e outras lideranças indígenas denunciaram diversos casos de violência contra suas comunidades, praticados por fazendeiros da região”, disse. Luiz Couto acrescentou que a comitiva também denunciou que a violência se agravou. “Eles informaram em reuniões no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Ministério da Justiça, que esse quadro tem se agravado, diante dos retrocessos aos direitos constitucionais dos povos indígenas nas esferas legislativa, executiva e judiciária”, ressaltou.
Marinalva Manoel pertencia a comunidade Nu Porã, que reivindica cerca de 1.500 hectares, quase todos ocupados por uma empresa de cultivo de grama. A área, embora em processo avançado de demarcação, também sofre pressão de fazendeiros vizinhos e até de um projeto de loteamento.
Confinada em pequenas terras indígenas superpovoadas ou em acampamentos à beira de estradas, a população Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul, de cerca de 50 mil habitantes, é a que mais sofre com violência entre as etnias brasileiras. Dos 97 homicídios de indígenas registrados no País no ano passado, 39 (40%) ocorreram no estado, segundo números do Ministério da Saúde.
Gizele Benitz