O Brasil é o país que mais se mata por arma de fogo no mundo. Em 2016, mais de 43,2 mil pessoas foram mortas por armas de fogo no País, de acordo com estudo publicado pelo Global Burden Disease, da Organização Mundial de Saúde, que junto com outros países da América, com destaque para os Estados Unidos, é responsável por metade das mortes com armas no planeta. Diante desses dados alarmantes, o deputado José Ricardo (PT) indignou-se com a obsessão do presidente Bolsonaro por armas, mas destacou a importante decisão do Senado Federal ao sustar o decreto presidencial que flexibilizava as regras para o uso e o porte de armas no Brasil.
“Não é aumentando o número de armas que o País vai resolver o problema da violência e da insegurança. Precisamos garantir mais vida e mais segurança para a população. E o melhor caminho é o da educação”, declarou José Ricardo.
Na semana passada, o Senado aprovou com 47 votos favoráveis e 28 contrários, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL 233/2019), que sustou o Decreto Presidencial 9.785/2019, que flexibilizava as regras para a posse e o porte de armas no Brasil. Iria alterar o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003), concedendo porte a mais de 20 categorias profissionais, aumentando de 50 para 5 mil o número de munições que o proprietário de arma de fogo pode comprar anualmente. “Uma decisão muito importante e uma derrota desse governo que acha que armando a população irá resolver o problema da violência. Insistimos que violência só gera violência, e portar armas não resolve”.
De acordo com o deputado, essa obsessão do presidente por armas vai mais além. Recentemente, em um evento religioso, em cima do palco, para milhões de pessoas, Bolsonaro fez um gesto com as mãos, “como se estivesse matando alguém”. O mesmo gesto que ensinou para uma criança na campanha eleitoral do ano passado.
Citando palavras de indignação do advogado e sociólogo do Amazonas Carlos Santiago, José Ricardo destacou: …“eles sabem o que fazem. Há 2 mil anos, sob aplausos do povo e movidos pelo poder, pelo ódio e pela intolerância, mataram Jesus Cristo. No último dia 20 de junho, sob aplausos do povo e motivados pelo poder, pelas armas e pelo ódio, mataram o legado de amor deixado por Jesus Cristo”. E em outro texto, ressaltou bem o significado de que até na cruz Jesus conseguiu converter um ladrão condenado e até o último minuto acreditou na vitória da justiça, da verdade, e não da violência, do ódio e das armas. “Jesus jamais marcharia com quem defende a morte e a tortura das pessoas. Por isso, devemos marchar contra as armas e contra decretos que são contra a vida”, finalizou.
Assessoria de Comunicação