O deputado Helder Salomão (PT-ES) defendeu em plenário, nesta quarta-feira (15), uma rigorosa apuração na concessão do crédito consignado do auxílio emergencial de 2022. “Há uma denúncia gravíssima de que a Caixa Econômica Federal disponibilizou 99% de toda a sua carteira de crédito consignado do auxílio emergencial, do ano passado, durante o período eleitoral. Há fortes indícios de compra de votos pelo governo Bolsonaro. Por isso, vamos exigir rigor nas investigações”, afirmou.
Na avaliação do parlamentar capixaba, se isso se confirmar, “é um crime de lesa-pátria, um crime contra o principal banco público do nosso País, importante para o desenvolvimento econômico e social, com fins eleitorais”, denunciou.
Compra de votos
Helder Salomão disse que, pelos indícios, que precisam ser apurados, “o governo anterior usou o auxílio para comprar votos”. Segundo o parlamentar, a Caixa concedeu R$ 7,5 bilhões para atender 2,9 milhões de beneficiários do País.
“Nós vamos pedir uma investigação rigorosa sobre isso, porque, se isso se confirma, mostra mais uma vez a prática criminosa do governo Bolsonaro, que usou de forma descarada, desavergonhada, o aparelho do Estado, a máquina do Estado, para tentar influenciar a opinião do eleitor brasileiro”, reiterou.
Consignado foi suspenso temporariamente
A nova presidente da Caixa, indicada pelo governo Lula, Rita Serrano, suspendeu no dia 12 de janeiro a concessão de novos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil, para revisão de parâmetros e critérios. A suspensão também foi necessária porque o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro do programa que voltou a se chamar Bolsa Família.
A Caixa Econômica Federal não é o único banco que oferece o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. Há pelo menos outras 11 instituições financeiras autorizadas pelo governo anterior a realizar os empréstimos. Mas, segundo o Ministério da Cidadania, R$ 7,64 bilhões (80% do total) foram feitos via Caixa, segundo balanço até 1º de novembro.
Novas regras
O empréstimo consignado do programa Bolsa Família já tem novas regras. As mudanças evitam que as pessoas se endividem e não consigam garantir renda para necessidades básicas.
A parcela do empréstimo que era de até 40% do valor do benefício reduz para até 5%. A taxa de juros também diminuiu, de 13,5% para 2,5%.
Vânia Rodrigues, com Agência Brasil