Parlamentares da Bancada do PT afirmaram nesta segunda-feira (14) que o governo Bolsonaro abandonou o povo brasileiro em meio à crise sanitária, social e econômica, especialmente a população mais pobre. Em várias postagens no Twitter os parlamentares lembraram os constantes aumentos nos preços do gás de cozinha – que sobe 5,9% nesta segunda – e dos alimentos, e condenaram a atitude do governo Bolsonaro em não pagar o Bolsa Família a mais de 400 mil famílias pobres que estão na fila do programa.
O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS), lamentou a situação de abandono da população. Segundo ele, se o governo afirma que não pode fazer nada para resolver a situação, deveria então ter a dignidade de sair do poder. “O gás de cozinha subiu 24%. A inflação do período foi de 8%. E o governo diz que não pode fazer nada. Carne, arroz, óleo de soja, ovo, feijão, tudo mais caro. E o governo diz que não pode fazer nada. Pode, sim. Pode pedir para sair. E, se não o fizer, façamos nós”, afirmou.
Vários parlamentares também protestaram contra mais um aumento do gás de cozinha, que passa a vigorar nesta segunda-feira (14). O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) lembrou que esse é o 14º aumento no preço do gás desde o início da pandemia. “No momento em que o povo mais precisa da mão do Estado, diante da redução de renda, falta de um auxílio emergencial digno e aumento do custo dos alimentos, isso é desumano. A política federal tem que mudar!”, reclamou.
Já o deputado Rubens Otoni (PT-GO) lembrou que antes a desculpa do aumento no valor do gás de cozinha ocorria por conta da política de preço da Petrobras, que atrela o valor do produto à variação do dólar. Agora, lembra o deputado, ocorre mais um momento justamente quando o dólar começa a cair.
“Qual é a desculpa? O gás de cozinha já subiu mais de 20%. Na economia internacional o dólar está baixando, no cenário interno a inflação é de 8%. Por que o gás de cozinha, produto de primeira necessidade, sobe desse jeito?”, argumentou.
Sobre mais esse aumento no preço do gás de cozinha, agora de 5,9%, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) lamentou que “novamente os brasileiros e brasileiras terão que fazer mágica para manter as contas básicas em dia”.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) ressaltou que, “com o aumento de hoje, o gás de cozinha acumula reajuste 5 vezes maior que a inflação em 1 ano”. “Chega de tanto aumento. A política de preços do governo, que atinge em cheio o bolso dos brasileiros, e em produtos essenciais, precisa mudar urgentemente”, protestou.
Já a deputada Natália Bonavides (PT-RN) observou que mais esse aumento no preço do gás vai dificultar ainda mais a sobrevivência das pessoas que estão sobrevivendo com o mísero auxílio emergencial pago pelo governo Bolsonaro. “Aqui em Natal o botijão vai custar mais de R$ 100! O que vai fazer quem está tentando sobreviver com um auxílio emergencial de R$ 150? Passar fome ou cozinhar com lenha. Enquanto isso o presidente sai por aí passeando de moto e vendo jogo…”, lamentou.
PL Desconto Gás
Para minimizar os danos causados pela crise econômica que assola o País, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) apresentou o projeto de lei (PL 1374/2021), denominado Desconto Gás, que garante desconto para pessoas de baixa renda na compra do gás de cozinha.
“O governo se elegeu dizendo que baixaria o preço do gás, mas na verdade aumentou em mais de 61%. O Congresso precisa tomar uma providência urgentemente para facilitar a aquisição desse produto essencial para famílias mais carentes.”
Se aprovado, serão beneficiadas as pessoas cadastradas no programa Bolsa Família que, segundo o autor, são as mais carentes do País. Além disso, as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional ou que tenham entre seus moradores quem receba o benefício de prestação continuada da assistência social.
“O governo Bolsonaro massacra dia a dia o trabalhador com aumentos abusivos, o desconto no preço do Gás dará fôlego a muitos lares brasileiros que sofrem com o peso do preço do botijão. Baratear a vida dos mais pobres é o grande desafio do nosso mandato”, afirmou Zarattini.
Bolsa Família negado
Além da reclamação sobre os aumentos no preço do gás e dos alimentos, parlamentares petistas também protestaram contra a ação do governo Bolsonaro em negar o pagamento do Bolsa Família a mais de 400 mil famílias pobres que estão na fila do programa. Segundo reportagem publicada nesta segunda (14) na Folha de S. Paulo, essas famílias apresentaram a documentação ao Ministério da Cidadania no início do ano.
Segundo o jornal, a pasta analisou as informações e confirmou que essas pessoas estão abaixo da linha da pobreza e extrema pobreza, previstas no Bolsa Família. Apesar disso, até hoje essas famílias estão na fila à espera do benefício.
Para o deputado José Guimarães (PT-CE) e a deputada Erika Kokay (PT-DF) essa situação demonstra a crueldade do governo Bolsonaro. “A miséria aumentou e voltamos ao Mapa da Fome. Sem auxílio emergencial digno, o povo sofre nas mãos de um governo negacionista e cruel”, criticou Guimarães.
“Crueldade. Governo Bolsonaro deixa mais de 400 mil pessoas pobres ou extremamente pobres na fila do Bolsa Família. Apesar de não fazer nada, Bolsonaro só pensa na reeleição. Fora, parasita!”, disse Kokay.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) também compartilhou pelo Twitter a notícia sobre a falta de pagamento do Bolsa Família a famílias mais pobres.
Héber Carvalho