Governo está centrado no fortalecimento do setor elétrico e ministro destaca robustez, apesar da crise hídrica

EduardoBraga Gushta
Foto: Gustavo Bezerra
 
O ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, descartou qualquer tipo de racionamento ou de corte no setor elétrico brasileiro, uma vez que o sistema está conseguindo responder de forma robusta aos desafios postos. A análise do ministro foi exposta nesta quarta-feira (15) durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Segundo o ministro, muito embora os problemas do setor não estejam todos resolvidos, o governo está centrado na tarefa de perseguir a estruturação de um sistema cada vez seguro e também cada vez mais barato. 
 
“Se compararmos o risco para qualquer déficit no setor elétrico de agora com o de 2001, vamos ver que o nosso risco está bem menor em que pese o volume hídrico ser também bem menor. Isso porque o nosso setor elétrico tem hoje uma complexidade – seja de linha de transmissão, seja de geração, seja do portfólio de diversificação da nossa fonte e da nossa matriz de geração – bastante diferente do que tínhamos em 2001”, explicou Eduardo Braga.
 
Em 2001, afirmou o ministro, o sistema era essencialmente baseado em hidrelétricas e apresentava desafios e limitações em suas linhas de transmissão. De 2001 até hoje, o sistema passou a ser hidrotérmico e com uma diversificação das fontes, a partir da introdução da energia eólica, da energia da biomassa, da energia térmica, da energia hidráulica e dos PCHs (usinas hidrelétricas de pequeno porte). 
 
“Ou seja, houve uma diversificação no portfólio, o que possibilitou a entrada de diversas fontes de energia, aliada à ampliação da rede de distribuição – saímos de pouco mais de 77 mil km de linha de transmissão para algo próximo, ao fim de 2014, de 130 mil km. Quase que dobramos as linhas de transmissão nesse período, além de crescer também na geração”, reforçou o ministro.  
 
Tarifa – Em sua apresentação para os deputados, o ministro exibiu um gráfico com a variação da tarifa de energia em comparação à variação do IPCA, usando como marco de referência o ano de 2011. O gráfico revela que a curva da tarifa ficou levemente abaixo da curva do IPCA. “Hoje, a tarifa média brasileira teria uma correção pelo IPCA, em relação ao ano de 2011, de 23,5%. Mas em que pese todos os desafios e problemas – como crise hídrica e uso de térmicas – estamos na média com 21,5% com relação ao ano base de 2011”, detalhou Eduardo Braga. 
 
O ministro pontuou que as dificuldades do sistema neste momento se devem, sobretudo, à falta de água nos reservatórios, diferentemente da real crise energética de 2001, quando o Brasil viveu um período de racionamento. Explicou que a crise, naquele ano, não foi por causa da falta de água, mas por falta de um setor elétrico que pudesse estar interconectado em todas as regiões, que pudesse ter linhas de transmissões para levar energia do Sul para o Sudeste. 
 
“Se tínhamos água suficiente nos reservatórios, por que faltou energia? Porque faltou linha de transmissão, faltou investimento, porque a curva do consumo superou a curva da energia gerada, e isso representou um custo altíssimo pago pelo povo brasileiro”, disse. 
 
Este ano, o ministro explicou que, além do reajuste ordinário da tarifa, foi necessário promover um reajuste extraordinário, para fazer frente à crise hídrica que criou uma série de desbalanceamentos. “Em vez de racionar, o que nós fizemos foi colocar energia térmica, energia eólica e de várias fontes alternativas para que não faltasse energia no País. Isso teve um impacto (…). O custo disso para a macroeconomia brasileira, com certeza, é menor que o racionamento, menor que não ter energia para fazer a economia funcionar”. 
 
Energias alternativas – Eduardo Braga detalhou que, por causa desse esforço de diversificar a matriz energética, o Brasil está entre os cinco maiores produtores de energia eólica do planeta. Disse ainda que o País detém uma indústria de arranjo produtivo e de conteúdo nacional em energia eólica que gera mais de 40 mil empregos. “Seremos até 2020 ou 2023 um dos maiores produtores de energia eólica do mundo. Isso não é pouco”, afirmou. 
 
A ideia, segundo o ministro, é encaixar essa mesma política para a energia solar. Eduardo Braga detalhou que está em andamento no ministério um estudo para a instalação de células fotovoltaicas flutuadoras nos reservatórios das usinas hidrelétricas. Os projetos experimentais estão sendo desenvolvidos nas hidrelétricas de Balbina (AM) e Sobradinho (BA). Confirmada a viabilidade, a intenção é aproveitar as linhas de transmissão já existentes nas usinas hidrelétricas. “O Brasil tem efetivamente um potencial para avançar sobre isso”. 
 
PT na Câmara  

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