Parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram a tribuna, nessa quarta-feira (21/2), para defender a fala do presidente Lula que condenou o genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Ao pedirem o fim da guerra – que já matou mais de 30 mil palestinos, em sua maioria crianças e mulheres, além de deixar mais de 70 mil pessoas feridas – eles denunciaram que o objetivo do Governo de Israel não é apenas exterminar o Hamas, mas sim, expulsar o povo palestino da Faixa de Gaza.
A deputada Reginete Bispo (PT-RS) disse ter orgulho do presidente Lula, que teve “coragem” de denunciar as “atrocidades” que estão sendo feitas na Faixa de Gaza. Ela destacou que a África do Sul pediu a condenação do Governo de Israel na Corte de Haia. “Por que será que o Brasil e a África do Sul se manifestam contra isso? Porque são dois países que passaram pelas atrocidades da dominação. A África do Sul, pelo apartheid. O governo africano diz que o que está sendo feito na Faixa de Gaza é pior do que o apartheid. E o Brasil tem um presidente que reconhece a dívida histórica que este País tem por ter escravizado, durante quase 4 séculos, mais de 10 milhões de negros e negras traficados do continente africano”.
A parlamentar lembrou que o governo brasileiro condenou o terrorismo praticado pelo Hamas e acusou o governo israelense de não se empenhar em prender o Hamas. “O que se vê é uma ocupação dos territórios da Palestina, porque Israel tem exército, tem inteligência para poder caçar o Hamas e não o faz”, denunciou Reginete.
Expansão de território
O deputado Merlong Solano (PT-PI) apontou que os bombardeios além de destruírem casas, hospitais e escolas, também acabaram com toda a infraestrutura básica daquela região: as redes de abastecimento de água e as redes de energia. Ele apontou que o objetivo do governo de extrema direita é expandir seus territórios. “Vai ficando claro que o objetivo de Israel não é apenas exterminar o Hamas, é expulsar o povo palestino daquela faixa de terra e expandir ainda mais o território israelense, criando novos assentamentos. Israel está expulsando o povo palestino”.
A deputada Juliana Cardoso (PT-SP) se solidarizou com o presidente Lula, pediu o cessar-fogo em Gaza e disse que para ter direitos não é preciso guerra, mas sim diálogo. “Temos capacidade humana de dialogar sem ter que matar”.
Omissão
Desde outubro do ano passado, o governo de extrema direita de Israel vem bombardeando casas de civis, hospitais e escolas. O deputado Patrus Ananias (PT-MG) afirmou que diante do genocídio contra os civis palestinos, não se pode ser “omisso”. “Diante das imagens televisivas, que, infelizmente, as nossas televisões não transmitem, diante daqueles atos, bombardeio a hospitais, bombardeio em escolas, crianças mortas, nós podemos permanecer omissos? É essa a pergunta que fica”.
“É um regime que mata, que sequestra, que empilha e enterra cadáveres, não podemos ignorar isso. É preciso que nós tenhamos a dignidade de reconhecer que Israel está matando mulheres e crianças indefesas e colocando todos em uma situação de extermínio. Nós vamos continuar dizendo que é preciso que haja imediatamente um cessar-fogo, socorro às pessoas que precisam e que os responsáveis pelos crimes de guerra sejam punidos. O Brasil não vai se furtar a isso, como nunca se furtou”, afirmou o deputado Tadeu Veneri (PT-PR).
O cessar fogo deve ser imediato!!!! 🇵🇸 pic.twitter.com/fuVqxzgxQG
— Tadeu Veneri (@tadeuveneri) February 21, 2024
A deputada Erika Kokay (PT-DF) reafirmou que o que está acontecendo com o povo palestino é um genocídio. “Há um genocídio acontecendo na Faixa de Gaza. Um médico francês saiu de lá e disse que nunca tinha visto aquilo, e que a Faixa de Gaza se equipara ao Gueto de Varsóvia. Lula denunciou esse genocídio, que é desproporcional e desumano”.
A oposição desumana e aproveitadora tenta emplacar uma cortina de fumaça às vésperas do depoimento do inelegível na Polícia Federal. Lula fez uma fala corajosa e necessária ao denunciar o genocídio que está em curso na Faixa de Gaza. Quem tem que dar explicações para esse país é… pic.twitter.com/GKLi8whiZ8
— Erika Kokay (@erikakokay) February 21, 2024
Defensores do extermínio
Deputados da extrema direita brasileira têm atacado a fala do presidente Lula e ignoram os crimes que o governo israelense tem cometido. O deputado Alfredinho (PT-SP) lamentou que os deputados bolsonaristas defendam o “extermínio” que acontece em Gaza. “É normal 12 mil crianças estarem mortas, 9 mil mulheres estarem mortas? 100 jornalistas foram assassinados, 400 mil casas e 320 escolas foram destruídas, é normal? Estamos falando do extermínio que está acontecendo lá na Palestina, que vocês, bolsonaristas, têm a coragem de vir aqui e defender, que vocês, de forma apaixonada, vêm aqui e acham que é normal esses dados que eu falei”, questionou.
Alfredinho também acusou a imprensa brasileira de estar omitindo a realidade dos fatos. “A imprensa brasileira devia mostrar a realidade do que está acontecendo lá, porque mostram um pedacinho e não mostram tudo o que está acontecendo nessa situação”.
Solidariedade
Para o deputado Flávio Nogueira (PT-PI) nenhuma nação tem o direito de exterminar um povo para defender o seu Estado. Ele também recordou a solidariedade que os brasileiros sempre tiveram com os judeus. Embaixadores e Diplomatas brasileiros, como o embaixador Souza Dantas e a diplomata Aracy Guimarães Rosa, ajudaram judeus a fugirem da Alemanha para o Brasil para que “fossem livres da tortura do nazismo e pudesse, como pessoas humanas, serem livres de perseguição”.
“Nem isso os dignitários do Estado de Israel respeitaram. Não respeitaram o passado dos brasileiros e deturparam a palavra do presidente Lula. Não respeitaram Oswaldo Aranha, que criou, como Presidente da Assembleia Geral da ONU, o Estado de Israel. O chanceler de Israel disse que Lula havia cuspido no povo judeu. Quem cuspiu foram eles, com as suas boçalidades, nas sepulturas de Oswaldo Aranha, de Souza Dantas e de Aracy Guimarães Rosa”,
Lorena Vale