A TV PT na Câmara estreou nessa segunda-feira (7) com um debate sobre a destruição do meio ambiente no País. A apresentação do programa coube ao líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (PT-RS) e contou com a participação dos parlamentares Airton Faleiro (PT-PA), Professora Rosa Neide (PT-MT) e Nilto Tatto (PT-SP). Eles comentaram sobre os desafios da política ambiental no Brasil e os desmontes que o presidente Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, provocam contra o meio ambiente, às florestas e aos povos tradicionais. A possível criação de uma CPI para investigar os crimes cometidos por Salles também foi tema da live.
Bohn Gass defende que Ricardo Salles deixe o Ministério do Meio Ambiente imediatamente, e que Bolsonaro sofra o impeachment, porque “eles descumprem e alteram a lei e, inclusive, acabam com a proteção ao meio ambiente”. “Eles são nefastos para o meio ambiente e às pessoas”, observou.
“Nós tivemos, a partir do golpe – e em especial desde o início do governo Bolsonaro -, um desmonte geral de todas as instituições responsáveis pela implementação das políticas ambientais. O Ibama, ICMBio, Funai, Incra, enfim a boiada foi passando naquilo que é possível fazer a partir do legislativo, como a paralisação do conjunto de programas, seja pela extinção, seja pela míngua do orçamento de todos os projetos na perspectiva do desenvolvimento sustentável, que foram implementados com mais ênfase nos governos do PT”, destacou o deputado Nilto Tatto, Coordenador do Núcleo Ambiental do PT na Câmara.
Os parlamentares petistas afirmaram que é preciso reagir, resistir e juntar forças no Congresso Nacional para defender a vida, a natureza e a legislação que protege o meio ambiente e os povos da Amazônia. Eles também querem que seja criada uma CPI para investigar possíveis crimes cometidos por Salles e Bolsonaro contra o meio ambiente.
Ataques ao meio ambiente
O coordenador do Fórum Permanente da Amazônia, deputado Airton Faleiro, elencou sobre o que motiva os ataques e as queimadas contra a biodiversidade e as florestas brasileiras. “Eles estão numa ofensiva para descontruir o que a sociedade conquistou ao longo dos anos. O que os governo anteriores, inclusive anteriores ao PT, mas principalmente destruir o que os governos do PT fizeram no ordenamento territorial e no ordenamento ambiental”.
Para o parlamentar, o governo Bolsonaro busca agradar o chamado “capital predador” para que se aproprie de terras e recursos naturais de forma ilegal e esse “capital predador” enxerga nos territórios indígenas e quilombolas, nas unidades de conservação e reservas extrativistas uma fronteira aberta para invadir, além de atacar a legislação. “Bolsonaro além de encorajar essa turma para invadir, tentar se apropriar desses territórios, das unidades de conservação dessas terras públicas, eles estão acabando também com a legislação”. Faleiro citou a tentativa, com projetos de lei no Congresso Nacional, de flexibilizar a licença ambiental, a regularização das grilagens de terras e a redução do tamanho das reservas extrativistas.
“É um ataque que vai por terra, mas também um ataque à legislação para abrir a porteira para a boiada do Salles passar. E o Bolsonaro é o principal incentivador disso, ele tanto encoraja a turma a agredir o meio ambiente, agredir os povos, os povos da Amazônia, mas eles querem mesmo é flexibilizar, alterando a legislação”, apontou Airton Faleiro.
Para a deputada Rosa Neide o povo brasileiro não estava preparado para lidar com um governo que não tem compromisso com a vida. “Nós não nos preparamos enquanto lideranças, enquanto cidadãos e cidadãs deste País para ver a porteira aberta e o desregramento daquilo que historicamente conquistamos em relação à legislação ambiental e vê-la ser rasgada num governo negacionista que não tem compromisso com a vida”.
A parlamentar do Mato Grosso destacou a importância dos povos indígenas na proteção do meio ambiente. “Ai de nós se não tivéssemos os indígenas protegendo a terra. Sabemos que os povos originários tratam a terra como uma mãe. A terra é o berço, é aquela que protege e por isso eles tratam esta mãe protetora de outra forma, muito diferente do homem branco que tem na terra uma possibilidade de um bem a ser explorado, enriquecimento na maioria das vezes ilegal e com a extração da madeira e do minério”, criticou Rosa Neide.
Assista a live na íntegra:
Lorena Vale