Golpe de 1964: “Lembrar para jamais esquecer os tempos sombrios da ditadura”, defende Zarattini  

Deputado Carlos Zarattini. Foto: Maria Agra/Câmara dos Deputados

No sétimo episódio do Podcast Papo Reto com Zarattini, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), recebeu o ex-deputado estadual de São Paulo, Adriano Diogo, para falar sobre os 60 anos do Golpe Militar de 1964. Adriano participou de movimentos de resistência à ditadura, tendo sido preso e torturado por agentes do Departamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) em 1973.

Durante a entrevista, Adriano Diogo relembrou os horrores da Operação Bandeirantes (Oban), uma organização voltada para a perseguição e desmantelamento dos grupos de oposição à ditadura. Ele detalhou sua própria prisão em 19 de março de 1973, ocorrida poucos dias após seu colega, Alexandre Vannuchi, também ser detido e posteriormente morto pelas mãos dos agentes do DOI-CODI.

“O Alexandre foi preso na quinta. Ele foi torturado de quinta até sábado. Eu cheguei lá por volta do meio-dia no sábado. Me prenderam e me levaram para a Oban. Quando entrei na Oban, já fui recebido com pancadas, num corredor polonês, apanhei de todos os lados”, lembrou Adriano.

Comissão da Verdade

Adriano e Zarattini também abordaram a importância da primeira Comissão da Verdade, a Comissão Rubens Paiva, que investigou os crimes da ditadura na Assembleia Legislativa de São Paulo de 2012 a 2014. Adriano destacou os desafios enfrentados para a instauração da comissão e seu funcionamento.

“Fizemos 176 audiências. A Comissão da Verdade me rendeu o maior isolamento político da minha história. Depois que eu fiz a Comissão da Verdade, não me elegi nem para síndico de prédio, mas do ponto de vista da minha formação, nasceu outro ser humano, me transformei completamente”, compartilhou Adriano.

Movimento golpista

Zarattini também trouxe à tona a participação dos militares nos governos atuais, destacando a presença das Forças Armadas na tentativa golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez colocando a democracia em risco.

“Vivemos um período muito difícil. Michel Temer quem colocou novamente os militares em evidência. O último ministro da Defesa do Michel Temer foi um militar. Depois, tivemos a eleição de Bolsonaro, quatro anos de governo onde os militares ocuparam postos importantes. Houve uma tentativa de golpe que começou antes da eleição, quando iniciaram aquela campanha contra as urnas eletrônicas. Eu defendo a tese de que não é uma questão de que houvesse militares legalistas ou não. É que ali houve uma parte que disse não para o golpe, que não quis se aventurar. Isso não significa que a pessoa seja um democrata, mas que naquele momento optou por não se envolver”, concluiu Zarattini.

O entrevistado

Adriano Diogo é filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua atuação política se estendeu como vereador por quatro mandatos em São Paulo, de 1989 a 2003, e como deputado estadual de 2003 a 2015.

Criou a primeira comissão da verdade do Brasil, a Comissão “Rubens Paiva”, onde continuou sua incansável busca pela justiça e pela memória histórica das vítimas da ditadura militar. De 2017 a 2021 foi o coordenador do Setorial de Direitos Humanos do Partido dos Trabalhadores.

O programa

O Podcast Papo Reto com Zarattini é um programa de entrevistas semanal, transmitido no Youtube todas as quintas-feiras, a partir das 20 horas.

O programa é apresentado pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), com o intuito de tratar de política de uma forma diferente, debatendo assuntos de grande impacto social de forma simples e direta.

Assista o episódio completo.

Assessoria Parlamentar

 

 

 

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