A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ironizou, da tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (9), os programas e projetos anunciados ontem pelo presidente Bolsonaro, para beneficiar as mulheres. “Esse presidente que não gosta de mulheres, lançou uma série de medidas protetivas, medidas para o empreendedorismo, para o crédito. Eu me pergunto: por que agora, Bolsonaro, no seu último ano de Governo? Se estava tão preocupado com as mulheres, por que não lançou essas medidas no seu primeiro ano? E por que destruiu as medidas feitas pelos governos Lula e Dilma?”.
Gleisi fez questão de listar as medidas executadas e criadas pelos governos do PT, muitas delas destruídas pelo governo Bolsonaro, para mostrar que não é no último ano de gestão que se mostra o compromisso com as mulheres. “É desde o primeiro ano de governo que se faz e não no último ano porque quer ter benefício eleitoral”, denunciou a deputada, afirmando que as mulheres não serão enganadas. “As mulheres estarão juntas na luta para transformar este Brasil e tirar Bolsonaro de onde ele está”, assegurou.
Governo Lula
A deputada relembrou que Lula criou, no seu primeiro ano, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, com status de ministério, e Bolsonaro a destruiu. “Lula fez quatro conferências nacionais para discutir políticas de mulheres e também lançou o Plano Nacional de Política para as Mulheres. Foi no governo Lula que nós sancionamos a Lei Maria da Penha. Foi no governo da Dilma que nós sancionamos a lei do feminicídio”, citou.
A deputada destacou que foram nos governos petistas que a Rede de Serviços Especializados para as Mulheres aumentou de 332 para 1.534 pontos. “Foram nos nossos governos que nós fizemos a Casa da Mulher Brasileira, proposta para ser criada uma por estado, mas que Bolsonaro parou e acabou fechando as que estavam abertas”, denunciou.
Ela disse ainda que foi na gestão petista que foi criada a Central 180, para as mulheres denunciarem violência, “mas esse número também foi fechado”, lamentou, ao acrescentar que foi nos governos do PT que o SUS fez cirurgias plásticas para restaurar mulheres que foram deformadas pela violência.
“Foram nos nossos governos que as mulheres tiveram autonomia, pois 93% das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família têm mulheres como responsáveis. Cerca de 94% das responsáveis por cisternas eram mulheres. No Minha Casa Minha Vida, a titularidade da propriedade foi para 54% das mulheres”.
Gleisi ainda citou que foram feitas 3.088 creches; teve inclusão previdenciária, pois, em 2006, as donas de casa foram autorizadas a contribuir para a Previdência e puderam se aposentar como donas de casa. Também houve medidas de igualdade e de oportunidade. No Pronatec, 59% das matrículas foram de mulheres. No Fies, 58.9% dos contratos foram para mulheres, para jovens. No ProUni, as bolsas foram para 53% mulheres.
Conquistas
A deputada lembrou ainda da PEC das Domésticas, que deu direito às empregadas domésticas como aos demais trabalhadores, direitos similares. “Também houve política de microcrédito, que agora Bolsonaro diz que vai criar. Cerca de 62% das operações de microcrédito foram para as mulheres”, afirmou.
E teve políticas do campo e da floresta. “Foram 1 milhão de documentos emitidos para mais de 59 mil mulheres. Foram 53 unidades de ônibus e barcos para atuar no enfrentamento à violência. 87% das famílias extrativistas que receberam o Bolsa Verde eram chefiadas por mulheres”, citou.
Gleisi acrescentou que cerca de 30% dos recursos de assistência técnica foram para as mulheres e que teve o Pronaf Mulher, que ajudou na linha de crédito para as mulheres, e a titulação conjunta da reforma agrária e do crédito fundiário para homens e mulheres.
“É isso. Não é no último ano que se mostra o compromisso com as mulheres. É desde o primeiro ano de Governo. As medidas de Jair Bolsonaro, esse machista, misógino, que não gosta de mulheres, que ataca mulheres, que diz que filha é uma fraquejada, faz no último ano porque quer ter benefício eleitoral”, alertou.
A presidenta do PT enfatizou que as mulheres não serão enganadas. “As mulheres estarão juntas na luta para transformar este Brasil e tirar Bolsonaro de onde ele está”.
Vânia Rodrigues
