Um novo pedido de impeachment e ação judicial de responsabilização do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, podem ser protocolados nos próximos dias por lideranças de partidos políticos e entidades da sociedade civil. Essa foi a principal sugestão de encaminhamento, na terça-feira (26), em reunião extraordinária conjunta da Frente Parlamentar Ambientalista, liderada pelos deputados Rodrigo Augustinho (PSB-SP) e Nilto Tatto (PT-SP), e do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia, coordenado pelo deputado Airton Faleiro (PT-PA).
As ações baseiam-se nas atitudes que vêm sendo tomadas por Salles desde que assumiu o cargo em janeiro do ano passado, não só com desrespeito ao patrimônio público ambiental do País em todo o território nacional, como também por estimular práticas criminosas contra o meio ambiente, como ele mesmo confessou em reunião ministerial do dia 22 de abril, cujo conteúdo veio à tona na última sexta-feira (22). Por decisão do Supremo Tribunal Federal, já tramita no STF um pedido de impeachment de Salles.
Ministro motosserra
“Tínhamos conhecimento do posicionamento antiambiental de Salles, mas na veiculação do vídeo da reunião ministerial ficou tudo mais claro”, comentou Airton Faleiro. O deputado lembrou que Salles disse na reunião que era preciso “ir passando a boiada” na legislação ambiental, sugerindo, de forma oportunista, que o governo tinha de aproveitar “enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid”. Faleiro destacou a importância de se processar o ministro por sua fala criminosa.
Na reunião de ontem, que teve também a participação das Frentes Parlamentares Indígena e da Educação, coordenadas pelas deputadas Joênia Wapichana (Rede-RR) e Professora Rosa Neide (PT-MT), respectivamente, decidiu-se que serão tomadas ações judiciais contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por sua declaração discriminatória e racista na reunião ministerial do dia 22 de abril, a qual comprovou seu desprezo pela diversidade étnica do País.
Governo genocida
Os participantes lembraram no encontro que o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro é o principal responsável pela coordenação da reunião ministerial e pela escolha e ações de seus ministros. Por razões semelhantes, já coleciona 31 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados e é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) com a suspeita de interferência indevida na Polícia Federal. O último pedido protocolado contou com a assinatura de 400 entidades e sete partidos.
Do encontro de ontem participaram também os deputados federais Helder Salomão (PT-ES) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) e diversas organizações como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), SOS Mata Atlântica, Instituto Socioambiental (ISA), Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), WWF-Brasil, Mídia Ninja, Terra de Direitos, Articulação Nacional de Agroecologia/ANA, Operação Amazônia Nativa (OPAN), Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), Comitê Chico Mendes e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Redação PT na Câmara com Assessoria parlamentar