O deputado Henrique Fontana (PT-RS) voltou a cobrar em plenário, nesta terça-feira (8), a instalação de comissão para analisar os pedidos de impeachment contra o presidente golpista Michel Temer. “O presidente desta Casa vai instalar a comissão ou vai continuar como cúmplice de Temer para proteger a corrupção? Vai continuar como cúmplice de Temer dizendo que os mercados exigem que um presidente corrupto permaneça na Presidência do País para que a economia melhore?”, questionou.
O Brasil, na avaliação do deputado Fontana, não vai recuperar o crescimento econômico, não vai recuperar o ambiente de urbanidade política, enquanto não recuperar a sua democracia. “Podem gastar bilhões de reais para comprar votos, podem negociar com os ruralistas entregando-lhes R$ 10 bilhões, podem aumentar o imposto sobre combustíveis para cada trabalhador brasileiro, para comprar votos, para arquivar a denúncia contra Michel Temer, que não vai resolver os nossos problemas sociais, econômicos e da nossa democracia”, observou.
Fontana disse ainda que a ampla maioria dos brasileiros sentiu enorme vergonha pelo Parlamento — que deveria representar o povo —, sobre o resultado da votação que garantiu o arquivamento da denúncia de corrupção passiva contra Temer. “O Brasil, hoje, tem um governo desmoralizado, ilegítimo e corrupto. E o pior, temos um Parlamento por maioria também desmoralizado, comprometido com a corrupção e sem legitimidade para governar o nosso País”, lamentou, reafirmando que para tirar o Brasil da crise só com antecipações das eleições.
Caloteiros – O deputado Marcon (PT-RS) também utilizou a tribuna para criticar o resultado da votação que livrou Temer do processo para investigar seu envolvimento em esquema de corrupção. “O golpe legalizado por esta Casa na semana passada, garantindo o arquivamento da denúncia contra o presidente ilegítimo Michel Temer, teve um custo muito grande para o povo brasileiro”.
Entre os gastos do governo para manter Temer no poder, Marcon citou a anistia à dívidas dos ruralistas, por meio da medida provisória (MP 793), que refinancia dívidas de empresários rurais, laticínios, cooperativas e frigoríficos. “É a anistia de, por baixo mais ou menos, R$ 15 bilhões do fundo rural, beneficiando a turma do agronegócio. São os caloteiros de sempre. Anistiam os ruralistas e vão mexer na Previdência em nome do prejuízo causado. Nós repudiamos essa atitude”, concluiu.
Vânia Rodrigues