O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) chamou de “debate diversionista” a proposta de adotar o voto impresso nas eleições brasileiras. Para ele, o verdadeiro objetivo do presidente Jair Bolsonaro ao propor o debate sobre esse tema é construir, previamente, uma narrativa que explique a sua derrota no processo eleitoral de 2022, como se ela fosse resultado de uma distorção das urnas.
“Desde e implantação do sistema eletrônico de votação, em 1996, o Brasil já elegeu Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Bolsonaro, sem nenhum caso comprovado de fraude. Mas o objetivo do presidente não é uma eleição mais segura. Faz parte de uma estratégia de ataque permanente à democracia”, alertou Fontana em discurso na Câmara dos Deputados. Na oportunidade, o deputado também explicou que a estratégia dos bolsonaristas é a construção de uma narrativa que leva uma parcela da população a viver em uma espécie de realidade paralela, forjada com mecanismos sofisticados de fake news, aludindo supostas fragilidades no sistema eletrônico ou a possibilidade de ações de hackers para fraudar os resultados.
Rede de ódio
Fontana lembrou, ainda, que o mesmo presidente que diz querer defender a lisura do pleito, é o presidente que ataca permanentemente a democracia, através de ameaças, perseguição e intimidação de adversários, que incita a população a atacar os Poderes da República e alimenta uma rede de ódio e intolerância. “O Brasil precisa estabilizar a democracia, por isso eu saúdo os mais de 12 partidos que já se posicionaram contra o voto impresso. O voto eletrônico pode ser cada vez mais auditado. Existem mecanismos mais seguros e precisos para auditar o voto que não seja a impressão de um papel que poderá alimentar uma rede de judicialização, conflitos, narrativas e confusão para enfraquecer a democracia”, justificou o deputado.
Para Henrique Fontana, os indicativos são claros de que Bolsonaro caminha para uma profunda derrota político-eleitoral, mas ainda espera que o impeachment ocorra antes da eleição. Ele avalia que o Brasil já compreendeu o prejuízo e o erro que foi entregar a Presidência da República nas mãos de Bolsonaro.
Assessoria de Comunicação