A deputada Erika Kokay (PT-DF) divulgou nota na tarde desta terça-feira (27) afirmando que é “completamente descabida” a representação contra ela, apresentada no Conselho de Ética pelo do deputado Laerte Bessa (PR-DF). Ele pede a cassação do mandato de Kokay por quebra de decoro parlamentar porque, em discurso no plenário da Câmara, em novembro do ano passado, ela criticou os parlamentares que apoiaram o presidente Michel Temer, a quem chamou de “criminoso confesso” e “um dos maiores bandidos desta nação”.
No texto, Erika destaca que “o Brasil e o mundo sabem que Temer é o primeiro presidente da República a ser denunciado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça no exercício do mandato, o que está absolutamente explícito nos áudios que compõem a denúncia do Ministério Público Federal”. Cita ainda que a Constituição em seu artigo 53 é clara ao assegurar a inviolabilidade, civil e penal, de deputados e senadores por suas opiniões, palavras e votos.
Leia abaixo a íntegra da nota:
Nota sobre representação no Conselho de Ética
É completamente descabida a representação do deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) que pede a cassação do nosso mandato por emitir opiniões acerca da desonestidade de Michel Temer.
O Brasil e o mundo sabem que Temer é o primeiro presidente da República a ser denunciado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça no exercício do mandato, o que está absolutamente explícito nos áudios que compõem a denúncia do Ministério Público Federal. Só não foi investigado por tais crimes, porque longe da lógica republicana, utilizou-se do cargo e dos recursos públicos para se salvar.
A representação não tem qualquer fundamentação. A Constituição em seu artigo 53 é clara ao assegurar a inviolabilidade, civil e penal, de deputados e senadores por suas opiniões, palavras e votos.
Tal investida sustenta-se apenas no ódio fascista e na tentativa de amordaçar a oposição, cercear a liberdade de expressão e calar as opiniões divergentes.
É lamentável que quem ocupa de forma ilegítima a presidência da República tenha que contar com defensores desse nível e com métodos desqualificados para defender-se.
Tenho absoluta convicção de que um processo de natureza tão frágil e esdrúxula não prosperará no Conselho de Ética da Câmara.
Por fim, parlamentares defensores da ditadura e tortura, com histórico de grosserias, calúnias e difamações, não farão palanque eleitoral sobre minhas opiniões e convicções.
Não nos calarão!
Erika Kokay
Deputada Federal PT-DF
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara