Enquanto avaliação positiva de Lula dispara, Bolsonaro se enrola cada vez mais no crime das joias

Lula é aprovado pelos brasileiros; Bolsonaro será preso quando?, indagam parlamentares. Fotos: Ricardo Stuckert (Lula); Fotomontagem/Reprodução Site Poder 360 (Bolsonaro)

Deputado Lindbergh Farias. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O vice-líder do governo Lula no Congresso, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), usou a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (16) para fazer uma breve comparação entre o presidente Lula que confirma cada vez mais a aprovação da sua gestão, com o ex-presidente Bolsonaro que se enrola cada vez mais com o escândalo das joias da Arábia Saudita. “A oposição está nervosa porque hoje saiu uma nova pesquisa da Quaest de avaliação do desempenho do presidente Lula. E nessa pesquisa, a avaliação do Lula aumentou para 60%, que cresceu em todos os segmentos e cresceu entre evangélicos e entre eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno”.

Enquanto isso, continuou Lindbergh, assumiu um novo advogado para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro. “Eu já tinha previsto aqui que quebrar o sigilo do Mauro Cid ia dar de errado para o Jair Bolsonaro. E o novo advogado do ajudante de ordem chama-se Cezar Bittencourt. O que diz ele? Diz que ‘alguém determinou a ida para comprar joias. Ele só acessou’. São várias declarações. O advogado disse também que ‘na verdade, ele (Mauro Cid) é um militar, mas ele é um assessor: assessor cumpre ordem do chefe’. Na verdade, isso aqui, para mim, é um recado muito claro a Bolsonaro”, afirmou.

Na avalição do vice-líder do governo, Mauro Cid não está querendo pagar essa conta sozinho, “porque o fato é que ele foi com Frederico Wassef, em dois momentos distintos aos EUA. Wassef já declarou publicamente que ele comprou as joias de volta. Ele teve a coragem de dizer o seguinte: ‘Eu fiz isso para quitar uma dívida com a União; devia ser ressarcido’. Wassef foi lá no dia 13 de março, e Mauro Cid foi lá no dia 27 de março reaver as joias. Voltou aqui para o Brasil e o dia 29 de março, Bolsonaro deu uma declaração dizendo o seguinte: ‘Ninguém perdeu joia alguma, ninguém extraviou, ninguém vendeu joias’. Olhem as datas. Sabe porque ele deu essa declaração no dia 29? Porque no dia 28, Mauro Cid estava aqui no Brasil com a joias que ele tinha recomprado”, relatou.

Para Lindbergh este assunto é muito sério. “Na verdade, é uma investigação muito séria, aprofundada, com toda a localização por onde o tenente-coronel Mauro Cid e por onde o Frederick Wassef andaram nos Estados Unidos para fazer as recompras das joias. Então, eu acho que a situação de Bolsonaro só se agrava, enquanto Lula continua subindo nas pesquisas”, finalizou.

A produção de crimes está na antessala

Deputado Joseildo Ramos. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

“Subo a esta tribuna para fazer algumas pequenas, breves provocações que acho oportunas, avisou o deputado Joseildo Ramos (PT-BA). Ele disse que escuta vozes aqui, no Parlamento, falando de homens e mulheres de bem. “É algo muito genérico, porque a imprensa nacional, nos últimos dias, de maneira intensa, tem dado conta das traquinagens que foram feitas pelo ajudante de ordens, o Mauro Cid. E o atual defensor de Mauro Cid candidamente disse que o ajudante de ordens era um assessor militar e o assessor militar tem que fazer tudo o que lhe é ordenado por conta do preceito da hierarquia militar, inclusive produzir crimes”.

Para Joseildo, a produção de crimes “está na antessala, está ao redor do ex-presidente da República que lá, nos Estados Unidos, enviou o Mauro Cid, que falsificou o cartão de vacina do SUS. E implicou sua família, sua esposa, ele próprio, filho com cartão de vacina devassado. Parece pouca coisa. E o general, pai dele, que respondia pela Apex, nos Estados Unidos recebeu da venda dos mimos (joias) que foram recebidos lá nas Arábias US$ 68 mil. É pouca coisa. Não é crime. E eu não ouço uma voz bolsonarista dizer aqui que essa atitude vem de um ex-presidente que é um homem de bem”, provocou.

O deputado disse ainda que o STF vai aprofundar a investigação e “muita coisa vai aparecer para o bem do povo brasileiro”.

Contrabando internacional de joias

Deputada Ana Paula Lima. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Também em tom de provocação, a deputada Ana Paula Lima (PT-SC), ao iniciar o seu discurso, perguntou para a turma do lado de lá do plenário, da extrema direita, se está tudo joia por lá. “Estou notando um silêncio ensurdecedor, diante das notícias que têm vindo, a todo momento, pelos jornais, pela televisão, pelas redes sociais sobre esses absurdos que, durante 4 anos, aconteceram em nosso País, mas que agora não estão sendo colocados embaixo do tapete. O sigilo de 100 anos já começou a ser desvendado. Infelizmente o nosso Brasil foi saqueado, roubado pelo inelegível”, afirmou.

Ana Paula disse que “choveram provas do contrabando internacional de joias, realizado pelos ditos patriotas que venderam o patrimônio da União”. Ela citou que em 5 anos, o ex-presidente e a sua equipe viajaram 150 vezes para a Arábia Saudita. “Viajaram 150 vezes para a Arábia Saudita, um país governado por um ditador que é admirado pelo ex-presidente inelegível”, reiterou.

A deputada disse ainda que em 2021 o inelegível já tentou trazer joias ilegalmente da Arábia Saudita para o Brasil, avaliadas em nada menos do que R$ 16 milhões. “Hoje tivemos a comprovação de que Mauro Cid — aquele senhor baixinho, que ficava sempre do lado do ex-presidente inelegível, que foi ajudante de ordens pessoal de Bolsonaro — movimentou nada mais, nada menos do que R$ 7 milhões no ano passado. Será que o salário dele era compatível para movimentar esse montante?

Além disso, Ana Paula relembrou que Mauro Cid e sua família possuem imóveis, nos Estados Unidos, avaliados em torno de R$ 12 milhões, que já estão sendo investigados pelo FBI. “Para quem não viu ou não quis ver as últimas notícias, Mauro Cid vendeu um relógio Rolex doado ao Estado brasileiro. Para quem que ele vendeu o relógio Rolex que era patrimônio da União? Vendeu, R$ 300 mil, mas ontem (15) o comprador foi identificado: O advogado do inelegível comprou o rolex do Mauro Cid”.

Quando Bolsonaro será preso?

Deputado Luiz Couto. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado Luiz Couto (PT-PB) destacou que é comum aqui na Câmara ouvir a pergunta de quando o Bolsonaro será preso. “Isso porque não são poucos os crimes cometidos pelo ex-presidente e futuro presidiário. As investigações estão em andamento, e não é preciso ser jurista profissional para dar um veredito. Aliás, são vários crimes: peculato, prevaricação, passando por negligência, charlatanismo, epidemia qualificada, usurpação da função pública, corrupção e uso da máquina pública”, citou.

Luiz Couto destacou o caso das joias sauditas. “Este é apenas um dos crimes cometidos. Bolsonaro mandou vender, mas o TCU (Tribunal de Contas da União) exigiu a devolução. Aí, ele mandou comprar de volta. Tentativa clara de obstrução de justiça e formação de quadrilha, que tinha no seu bando o ajudante de ordem Mauro Cid, preso por fraude nos dados de Bolsonaro na vacinação da Covid”.

As verdades que estão vindo à tona, segundo Luiz Couto, mostram com clareza o porquê de Bolsonaro, antes de sair do governo, ter deixado um decreto impondo sigilo de 100 anos – que foi derrubado pelo presidente Lula – em assuntos envolvendo a gestão federal. “A resposta do sigilo está aí: crimes, crimes e crimes”, afirmou.

Corrupção na testa do governo Bolsonaro

Deputado Rogério Correia. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Da tribuna, o deputado Rogério Correia (PT-MG), também falou sobre as joias sauditas e destacou a pesquisa da Quaest, que apontou um crescimento do Lula em aceitação do povo brasileiro. “Sessenta por cento é o maior índice do governo Lula, e é um índice muito bom para o momento em que nós vivemos. E isso está acontecendo porque a verdade do governo está vindo à tona: as pessoas estão comendo melhor, a inflação está diminuindo, o preço dos alimentos está decaindo. E isso tem feito com que as pessoas tenham um olhar para o que é o governo Lula, e não para o preconceito, não para o xingamento.

Na avaliação do deputado, as joias recebidas, vendidas e recompradas de Bolsonaro comprova que a questão da corrupção está na testa do governo Bolsonaro, “e isso está mostrando também que Bolsonaro não anda bem com a população do Brasil”, afirmou.

Deputado Helder Salomão. Foto: Zeca Ribeiro

Os deputados petistas Helder Salomão (ES) e Alfredinho (SP) também avaliaram, em plenário, o resultado da pesquisa Quaest, em que Lula aumenta seu percentual de aprovação pela população. “Lula chega ao seu maior índice de aprovação. Sessenta por cento dos eleitores brasileiros aprovam o trabalho do presidente. E o mais importante é que é a primeira pesquisa em que os evangélicos, em sua maioria, já apoiam o Lula. Isso mostra que a vida do povo está melhorando”, destacou Salomão.

E o deputado Alfredinho completou: Esse povo aí (parlamentares bolsonaristas) não concordam com a aprovação positiva do governo Lula porque não entra em supermercado, não compra gás de cozinha. “Não adianta, não é? Vai falar com o povo. Vai ficar fazendo discursos aqui? Vai conversar com o povo. Vai lá comprar o gás de cozinha, que chegou a R$ 180 e já se compra por R$ 90, até menos. Vai ver o quilo de feijão, que chegou a R$ 12 e já se compra por R$ 5. Vão ver uma picanha, de que tanto vocês falam, que chegou a mais de R$ 100 e está se comprando por R$ 40 ou R$ 50. Vocês não andam na rua, porque agora estão com medo do povo”, provocou.

 

 

Deputado Alfredinho. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Vânia Rodrigues

 

 

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