A ligação da Amazônia Mulheres e o Meio Ambiente foi tema do primeiro painel desta quarta-feira (2), na Semana do Meio Ambiente. Participaram do seminário as deputadas Erika Kokay (PT-DF), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Talíria Petrone (Psol-RJ); Edina Shanenawa da Umiab, Anna Moura do Coletivo as Amazonas e secretária Nacional de Mulheres do PT, Carmen Foro da Secretária geral da CUT Brasil e Cledeneuza Oliveira, da Migcb e Fmap. O deputado Airton Faleiro (PT-PA) também esteve presente na atividade.
A deputada Erika Kokay, durante o painel, foi enfática ao afirmar que Bolsonaro vai ter que deixar a Presidência da República, antes ainda de 2022. E deu o recado de como será: “Sem muito medo de errar, seremos nós, mulheres, que vamos arrancar a faixa presidencial do peito estufado do fascismo e da misoginia”, exaltou.
Para a representante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira Edina Shanenawa não dá para falar do meio ambiente sem falar da mulher e principalmente a mulher indígena. “Não dá para falar do meio ambiente separado ou da mulher separado, porque nós, mulheres indígenas, somos terra. Por isso protegemos tanto as nossas florestas e a água. A água é vida, se não tiver água nós não temos vida. Nós sempre defendemos os nossos territórios, porque sem os nossos territórios nós não somos ninguém, nós somos povo sem cultura, porque dentro do nosso território está a nossa ancestralidade e onde estão os nossos antepassados”.
Shanenawa também denunciou o desmatamento desenfreado causado pelo governo Bolsonaro. “Hoje está tendo muito desmatamento sobre as florestas, tirando a nossa farmácia viva, tirando os nossos territórios onde está a nossa segurança alimentar saudável, sem agrotóxicos”. Ela destacou que as mulheres são as primeiras a sentir os efeitos desse desmatamento. “São as mulheres que plantam e colhem junto com os seus filhos, por isso a ligação da terra com a mulher. Porque nós somos terra, produzimos como a terra, que são os nossos filhos”.
“Nós estamos vivendo em um País onde se invade as terras indígenas, onde o presidente verbaliza a sua misoginia, efetiva a sua misoginia, efetiva seu sexismo, efetiva seu ódio para com povo pobre desse país, para com os povos originários”, afirmou a deputada Erika Kokay. Ela destacou a importância dos indígenas para o País. “Os povos originários são fundamentais e são partes constituintes e estruturantes da nossa própria brasilidade”.
Donas de si
Erika Kokay disse ainda que é preciso lutar para que as mulheres sejam donas de si. “Lutar para que nós possamos viver uma humanidade que pressupõe sermos donas dos nossos copos, do nosso querer, do nosso sentir e do nosso pensar. Nós, o povo brasileiro, nós, mulheres brasileiras, com todas as nossas mulheridades – porque são muitas mulheridades que nós carregamos – temos que reconhecer a nossa condição de sermos donas de nós mesmos, do nosso passado, do nosso futuro, das nossas expressões humanas é reconhecer que nós temos nesta condição de sermos donas de nós mesmos, um elemento fundamental da nossa própria humanidade”.
Para a parlamentar serão as mulheres que irão tirar o presidente Jair Bolsonaro do comando do País. “Eu diria, sem muito medo de errar, que seremos nós, mulheres, que vamos arrancar a faixa presidencial do peito estufado do fascismo e da misoginia”. Ela também acredita que os territórios indígenas ameaçados por Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, serão resgatados e efetivados os mais de 200 processos de demarcação de terras indígenas que se encontram paralisados. “Para isso há uma urgência. E as mulheres entendem de urgência, porque quando a gente tem fome dentro de casa a gente correr atrás para alimentar os nossos meninos e meninas, a gente tem pressa na busca da felicidade, a gente tem pressa na busca da vida e nós entendemos que é uma urgência no Brasil retirar o genocida da Presidência da República, é fora Bolsonaro”, finalizou.
O fórum ainda contou com mais dois painéis ao longo desta quarta-feira. O segundo painel abordou a Amazônia Juventude e o Meio Ambiente. Já o terceiro painel destacou a Amazônia LGBTQI e o Meio Ambiente. A Semana do Meio Ambiente segue até o dia 5 de junho e pode ser acompanhada ao vivo pelo canal do YouTube PT na Câmara.
Veja a íntegra do painel:
https://www.youtube.com/watch?v=WrN_4Ev8wq4
Lorena Vale