O Dia Internacional da Mulher comemorado neste 8 de março de 2021 ocorre em meio à explosão de casos da Covid-19 em nosso País.
A irresponsabilidade, a negligência, os interesses econômicos e o negacionismo do governo federal jogaram o País no caos. Hoje, além da luta por direitos e igualdade, as mulheres do Brasil estão em luta pela vida delas e a de seus filhos e filhas.
Na primeira semana de março, nosso País superou a triste marca de 260 mil mortos pela Covid-19 e mais de 10 milhões de contaminados. A taxa de ocupação das UTIs públicas está próxima de 100% em praticamente todos os estados e no Distrito Federal. A cada dia o País bate recordes de mortes, superando a triste marca de 1.800 óbitos diários.
Cientistas e epidemiologistas apontam que sem medidas efetivas de isolamento social, a serem adotadas por governadores (a) e prefeitos (as), o Brasil pode superar a trágica marca de 3.000 óbitos por dia nas próximas semanas. O Brasil caminha para liderar o ranking mundial de mortes por Covid-19, em razão da incompetência e omissão do governo Jair Bolsonaro.
Não haverá queda na transmissão do vírus, nem nas hospitalizações e mortes, sem isolamento social e sem vacina para toda a população. Lamentavelmente, o presidente da República não comprou as vacinas em 2020 em quantidade suficiente, por isso, entramos em 2021 com vacinação em ritmo lento, muito aquém das necessidades do povo brasileiro. A quantidade adquiria pelo governo sequer atende os grupos prioritários.
Para piorar, o presidente continua a dar mau exemplo, promovendo aglomerações, criticando o uso de máscara e ameaçando governadores que têm editado decretos com medidas restritivas a fim de diminuir a circulação de pessoas e, assim, quebrar a curva da transmissão.
Neste mês de março, o que as mulheres mato-grossenses e brasileiras clamam é por #VacinaParaTodosETodas já! É pela retomada do #AuxílioEmergencial para que mães e pais possam dar efeito às medidas de distanciamento social, alimentando as famílias.
Na Câmara dos Deputados temos aprovado medidas que garantem recursos para que o governo federal faça o enfrentamento à Covid-19, mas, negacionista, o Ministério da Saúde não gastou nem 50% das verbas destinadas à compra de equipamentos, abertura de UTIs, compra de testes e oferta de oxigênio, no ano de 2020.
A Câmara também aprovou, no ano passado, a liberação de recursos para compra das vacinas, mas no mês de agosto Bolsonaro recusou-se a assinar contrato com os laboratórios que estavam pesquisando as vacinas. O presidente, numa atitude genocida, não se antecipou na aquisição dos imunizantes, porque apostou que a Ciência não seria capaz de produzir as vacinas em tempo recorde.
A Ciência venceu o negacionista Bolsonaro, mas nosso País ficou sem vacinas. Os únicos imunizantes disponíveis são a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a China, e a Oxford/Astrazenica, da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Inglaterra. Mas diversos outros laboratórios poderiam estar produzindo vacinas para o Brasil, o que não ocorreu devido à irresponsabilidade de Bolsonaro, que não providenciou as compras com antecedência. Uma atitude que mostra desrespeito à vida do povo brasileiro.
Neste momento grave por que passa o Brasil, as mulheres brasileiras e mato-grossenses não esmorecem. Seguem na luta pela vida. A luta centenária por suas vidas e a de seus filhos, por direitos e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
Um beijo no coração de todas, estamos juntas!
Professora Rosa Neide é deputada federal (PT-MT)
Artigo publicado originalmente no 247