Deputados federais de oposição denunciaram nesta segunda-feira (14) no Sínodo para a Amazônia, em Roma, na Itália, os ataques do Governo Bolsonaro à floresta e aos povos tradicionais da região Amazônica. Um documento com resultados de diligências e investigações sobre os ataques do Estado brasileiro foi entregue no evento aos representantes do Vaticano.
O deputado Airton Faleiro (PT-PA), que também participa do encontro em Roma, falou da relevância do evento em suas redes sociais. “Estamos em Roma participando do Sínodo para Amazônia, importante evento da igreja católica, convocado pelo Papa Francisco, para debater os problemas e desafios existentes na região, à luz da fé e da Doutrina Social da Igreja. Viemos a convite da Rede Eclesial Pan-Amazônica-REPAM”, afirmou.
Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), deputado Helder Salomão (PT-ES), disse que o Sínodo para a Amazônia é um importante evento da Igreja Católica, convocado pelo Papa Francisco, para debater os problemas e desafios existentes na região, à luz da fé e da Doutrina Social da Igreja. “Viemos a convite da Rede Eclesial Pan-Amazônica para participarmos do Sínodo e apresentarmos, o relatório sobre direitos humanos na Amazônia Legal”, explicou. O parlamentar ainda lembrou que o Sínodo foi pauta de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados com a presença de representantes da CNBB e da sociedade civil. “Aqui, fomos acolhidos na Tenda Casa Comum – Igreja da Transpontina, em uma celebração em memória dos mártires que lutaram pela vida e pela Amazônia”, observou. O deputado Nilto Tatto (PT-SP) também participa das atividades em Roma.
De acordo com a líder da Minoria da Câmara dos Deputados, que organiza os partidos de Oposição na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o Sínodo é um evento importante para expor os crimes do atual governo brasileiro.
“Hoje se tem uma política extremamente danosa ao meio ambiente e sua preservação, numa visão política distorcida sobre o uso do solo e as águas de nosso País. É também a política do extermínio de indígenas, de quilombolas, dos povos tradicionais. O documento entregue hoje ajudará na divulgação internacional desses crimes e no combate a esta política genocida”, alertou a parlamentar.
Intitulado “Direitos Humanos na Amazônia Legal”, o documento entregue no Sínodo traz informações detalhadas sobre situação socioeconômica; desmatamento; queimadas; desmonte institucional; defensores de direitos humanos e meio ambiente; quilombolas e a luta pela terra; cobiça pela terra e por recursos naturais; conflitos agrários e trabalho escravo, entre outros pontos.
O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, destacou do relatório a ameaça à demarcação das terras, o enfraquecimento político e institucional da Funai, as propostas legislativas que pretendem abrir essas terras ao agronegócio, a mineração e a garimpagem.
“O discurso que vem do poder executivo é um discurso que estimula os setores mais atrasados de todas as áreas para que promovam sua atuação criminosa. Fragiliza em todos os aspectos os povos indígenas brasileiros”, disse Camilo.
O Sínodo foi convocado em outubro de 2017 pelo Papa Francisco. Desde 2018 foi realizada uma série de atividades para debater as demandas dos povos amazônicos como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, mulheres e jovens: ocorreram 57 assembleias, 21 fóruns nacionais, 17 fóruns temáticos e 179 rodas de conversa. No Brasil foram 182 atividades.
Também faz parte da comitiva no Sínodo para Amazônia o deputado Bira do Pindaré.
PT na Câmara com Assessoria de Comunicação da Minoria