Parlamentares da Bancada Feminina do PT na Câmara dos Deputados manifestaram nesta quinta-feira (25), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, suas preocupações sobre a falta de rumo do governo Bolsonaro em relação a políticas públicas voltadas às mulheres. Ao lembrarem que desde o último dia 18 acontece a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, as parlamentares ressaltaram que não existe outra alternativa senão a mobilização e o protesto contra o atual governo machista, retrógrado e misógino de Jair Bolsonaro.
A Presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ressalta que, no Congresso Nacional, a luta das mulheres durante a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” ganha força com a votação de matérias voltadas a questões de gênero.
“A campanha é fundamental para conscientizar a sociedade sobre as várias formas de agressão e aumentamos a pressão contra governos machistas e retrógrados como o de Bolsonaro. Só com a participação das mulheres podemos enfrentar um governo que tirou todo orçamento e afundou com as políticas públicas sobre a violência contra mulher. E aqui no Congresso, a campanha ganha mais força porque articulamos a votação de matérias relevantes para a proteção das mulheres e a garantia dos direitos”, explicou Gleisi.
Durante os “21 Dias”, além de eventos organizados pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e da Procuradoria Especial da Mulher, a Bancada Feminina da Câmara leva ao Colégio de Líderes uma lista de proposições prioritárias para votação em Plenário. O objetivo é ampliar os direitos femininos como mecanismo de combate à violência contra a mulher no País.
Segundo a parlamentar petista com maior tempo de atividade na Câmara, eleita a primeira vez para a Constituinte de 1988 e também a primeira senadora negra do Brasil, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ressaltou que a luta contra a violência de gênero deve acontecer em todas as esferas da sociedade.
“Para as mulheres, para a população negra e para os trabalhadores em geral não há outra alternativa a não ser organizar nossas bases e ampliar nossos protestos. Articulado ao movimento de base temos de continuar desenvolvendo a oposição popular no Congresso e pressionando o STF a defender a barrar todas as tentativas antidemocráticas desse governo neofascista”, afirmou.
Já a deputada Marília Arraes (PT-PE), representante da Bancada do PT na Mesa Diretora da Câmara, disse que somente com a união de todos os direitos das mulheres será verdadeiramente respeitado em todo o País.
“Temos que nos manter em união constante. Sociedade civil, entidades, poder público, todos. Só com o apoio uns dos outros teremos pernas e braços para manter a luta e combater, um a um os abusos e os recorrentes atentados contra os direitos e a vida das mulheres”, observou.
21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulheres
Deputadas do PT também fizeram questão de enaltecer a Campanha pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que ocorre no Brasil e em cerca de 150 países do mundo. A deputada Luizianne Lins (PT-CE) destacou que a campanha, que tem seu ponto alto nesta quinta-feira (25), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, é a “mais significativa campanha do calendário de afirmação das lutas por justiça e igualdade social e pelo fim da violência de gênero”.
“Uma campanha internacional, que tem seu ponto alto no Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, é o momento em que conversamos mais de perto com a população sobre a realidade da violência, falamos sobre racismos e consciência negra, ativismo pelos direitos humanos. Isso envolve todas as mulheres, lésbicas, rurais, indígenas, negras, pessoas com deficiência – aí tem o Dia Mundial de Combate à Aids, o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência, um momento oportuno para fortalecer essa luta que é de toda a sociedade”, explicou.
Na mesma linha, a deputada Natália Bonavides (PT-RN) ressaltou que os 21 dias de ativismo é fundamental para dar visibilidade ao tema e organizar a luta contra o governo autoritário, machista e misógino de Jair Bolsonaro.
“É fundamental dar visibilidade e envolver a sociedade e as instituições nesse debate, deixando nítido que essa é uma questão social que precisa ser enfrentada coletivamente. Bolsonaro vem colocando em risco a integridade e a vida das mulheres diariamente, seja no discurso que legitima e incentiva a violência, seja no desmonte das políticas para mulheres, na liberação de armas de fogo, na escolha de não executar nem mesmo o orçamento para ações de combate à violência”, observou.
Para a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), a campanha é também um momento de unificar toda a sociedade nesta luta.
“Precisamos reconstruir o País, com as políticas públicas para as mulheres, através do olhar das próprias mulheres. Por isso, nestes 21 dias que a gente luta para que a violência contra as mulheres seja pauta neste País, nós temos que nos render ao nosso tempo e colocar à disposição da sociedade a nossa luta feminina e feminista, para que a gente reconstrua as políticas e não deixe mais que os direitos sejam arrancados das mulheres, e possamos apontar para um futuro com mulheres e homens vivendo com dignidade no Brasil”, destacou.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) usou o seu twitter para comentar sobre os 21 dias de ativismo.
Como diz a campanha do #LevanteFeministaContraoFeminicídio, quem mata uma mulher mata a humanidade. Reafirmo meu compromisso com esta luta pelos Direitos Humanos das Mulheres. pic.twitter.com/Z1aZgd00jO
— Maria do Rosário (@mariadorosario) November 25, 2021
A campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulheres”, que acontece até o próximo dia 10 de dezembro, é uma iniciativa que incorpora a campanha “16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” e o “Dia da Consciência Negra”, que foi celebrado em 20 de novembro, por considerar a mulher negra duplamente vulnerável.
Além do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, também é comemorado nesse período o Dia da Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, conhecida como campanha do Laço Branco (6 de dezembro).
A Câmara dos Deputados promove uma série de ações nestes 21 dias. Serão realizados neste período audiências públicas, sessões solenes, atos e debates.
Confira a programação abaixo:
Héber Carvalho com Agência Câmara de Notícias