Depois do escândalo das offshores, Paulo Guedes perdeu a moral para tocar a Reforma Administrativa, avaliam petistas

Parlamentares petistas participam de ato contra a PEC 32 na entrada da Câmara Federal. Foto: Gabriel Paiva

Parlamentares do PT se revezaram na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (5), para mais uma vez criticar a Reforma Administrativa do ministro Paulo Guedes/Bolsonaro (PEC 32), que acaba com o serviço público, e que está pronta para ser apreciada em plenário. “Qual deputado ou deputada tem coragem de votar nessa deforma administrativa, depois que o principal ministro Paulo Guedes (Economia), que, aliás, é o principal ministro do governo genocida, aprontou com o crescimento do dólar para ganhar R$ 14 milhões em mil dias de gestão, mais de R$ 14 mil por dia, e ele que diz que servidor público só quer privilégio?”, indagou o deputado Rogério Correia (PT-MG), que coordenou a bancada do partido na comissão especial que analisou a PEC.

Rogério Correia enfatizou que Paulo Guedes defende a Reforma Administrativa como instrumento para acabar com o privilégio dos servidores públicos. “O que o senhor considera privilégio? O salário de uma professora, de R$ 2.880 para ela trabalhar 40 horas semanais, isso é privilégio, Paulo Guedes? Ou privilégio é ganhar R$ 14 mil por dia para especular com offshores fora do Brasil, com um absurdo que houve de movimentações que o senhor fez e está escondendo? Isso é conflito de interesse, é crime, sim”, afirmou. O deputado ainda indagou se o governo Bolsonaro terá coragem de manter em debate a PEC 32.

Também contra a Reforma Administrativa, o deputado Padre João (PT-MG) observou que a PEC desmonta o Estado brasileiro. “O governo, desde o golpe, na verdade, vem desmontando o Estado brasileiro, entregando-o ao capital financeiro. O Estado é importante para os grandes, para as grandes mineradoras, para os grandes ruralistas. Para eles, o Estado é máximo, não é mínimo, não. O Estado tem sido mínimo para a classe trabalhadora”, criticou.

Padre João destacou que o País registra 600 mil mortos porque “este governo cruel e covarde” não quis adquirir vacina em tempo. “E, quando se permitiu comprar a vacina, foi por corrupção. Então, além de o governo ser genocida, é um governo corrupto. Há corrupção na família Bolsonaro, no Ministério da Saúde, no Ministério do Meio Ambiente e agora no Ministério da Economia, que era a salvação do Centrão, a salvação da extrema direita. A salvação era o Paulo Guedes! Era um consenso quase universal, exceto da Esquerda, de poucos partidos, como PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL, Rede”, desabafou.

Explicações

Padre João disse que agora, “aniquila o Estado o corrupto Paulo Guedes, que é quem manda – inclusive no Centrão – pela PEC 32”. Ele indaga quem esta PEC atinge? E ele mesmo responde que a Reforma Administrativa atinge quem toca o Brasil, as áreas da saúde, da educação, da assistência, da fiscalização, todas, quem executa a política pública na ponta, no dia a dia. “São os servidores, sejam eles federais, estaduais ou aqui do DF e servidores municipais que serão atingidos com a retirada de direitos. Então, não à PEC 32! É importante que o povo brasileiro se rebele, como já fez nesse último dia 2, ao ir às ruas dizer ‘não’ à PEC 32, ‘não’ ao governo corrupto”, afirmou.

E o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) informou que votou, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, a favor da convocação de Paulo Guedes para explicar o escândalo das offshores. “Eu votei a favor da convocação do ministro. Nós exigimos que o Paulo Guedes venha aqui explicar. Mais do que isso, se fosse um governo sério, ele já tinha sido convidado para sair, já tinha sido demitido. Por isso, fora, Bolsonaro! Fora, Paulo Guedes! Não à PEC 32!”.

O deputado enfatizou que o governo Bolsonaro está desmoralizado. “E ainda assim, quer bancar a Reforma Administrativa para destruir o Estado brasileiro, para acabar com o serviço público em nosso País. Não! Nós vamos derrotar a PEC 32 aqui no plenário da Câmara”, afirmou.

Também se manifestaram contra a PEC 32 os deputados Célio Moura (PT-TO), Frei Anastácio (PT-PB), e Zé Neto (PT-BA). “Nós precisamos exigir que seja retirada de pauta a PEC da morte, a PEC 32, ou seja, a Reforma Administrativa. Não à PEC 32, e sim à democracia neste País!, afirmou Célio Moura. “E eu quero lembrar, para não perdemos o caminho: Não à PEC 32! Não à entrega do Estado brasileiro!”, reforçou Zé Neto.

Vânia Rodrigues

 

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