Em debate na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher sobre o tema “Proteger as meninas no presente para empoderar as mulheres do futuro” Luisa de Marillac Xavier, promotora da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude, defendeu o desenvolvimento de estratégias especiais para a proteção de meninas.
Segundo ela, as meninas com mais de 10 anos começam a ser potenciais vítimas de uma série de violências. “Precisamos de uma estruturação adequada de conselhos tutelares, do Sistema Único de Assistência Social, e de educação de qualidade para todas as crianças e adolescentes”, disse.
Fernanda Lopes, representante do Fundo de População das Nações Unidas disse que o futuro das meninas de 10 anos influencia o futuro de toda humanidade. “ Para que possa ser moldado o seu futuro, são necessários investimentos corretos. É preciso que o SUS se fortaleça e que seja oferecido a essas meninas o acesso às ações e aos insumos da saúde sexual e reprodutiva e, quando no momento de acessar o mercado de trabalho, que elas não sejam vítimas da disparidade de gênero no pagamento dos serviços que elas realizam”. defendeu.
Disse ainda Fernanda que as meninas precisam ser estimuladas a ter uma cidadania ativa, serem protegidas de qualquer forma de violência e discriminação, ter acesso à proteção social e aos meios de combate à pobreza.
Ana Lúcia Monteiro, representante da ONU Mulheres Brasil, afirmou que a entidade trabalha para combater a violência contra as mulheres; promover a igualdade de gênero, raça e etnia; promover a democracia paritária e o empoderamento econômico das mulheres.
De acordo com a deputada Erika Kokay (PT-DF), que sugeriu o debate, “as maiores vítimas de violência são as crianças e adolescentes do gênero feminino, vítimas de violência sexual por homens. As meninas são vítimas de uma opressão que atinge o gênero feminino pela sociedade machista e sexista. Temos que empoderar as comunidades. Não tem saída se não houver o choque cultural que só será conquistado se nós tivermos uma participação comunitária e o resgate da condição de sujeito. Essa crise institucional que atinge o Brasil só terá um antidoto que é a radicalidade democrática que envolve a organização das comunidades”, disse.
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